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O Bloco de Esquerda (BE) mostra-se perplexo e considera que há muito ainda por explicar na questão da construção do Altar-Palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"Há uma decisão do Estado de financiar fortemente uma atividade da igreja, é também uma enorme atividade turística, é certo, mas é absolutamente opaco", considera Catarina Martins. "Ontem tivemos este momento inusitado de ouvirmos igreja, presidente da câmara de Lisboa e Presidente da República a dizerem coisas contraditórias, e a maioria absoluta em silêncio", critica.
A coordenadora do Bloco de Esquerda não revela se o partido vai querer ouvir no parlamento algum dos protagonistas envolvidos na organização da JMJ, adianta apenas que "o assunto será escrutinado".
Catarina Martins diz que valor polémico foi "escondido"
"O choque com os números só acontece porque se andou a escondê-los até agora", garante. Lembra que o Bloco votou contra quando no Parlamento, durante o Orçamento do Estado se aumentou o limite dos ajustes diretos para permitir responder às obras que deviam ser realizadas para a JMJ, "milhões sem qualquer escrutínio". "Estamos há meses a pedir na Câmara Municipal de Lisboa os dados sobre os gastos e o que está a acontecer" adianta, garantindo que até hoje não obtiveram qualquer resposta.
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Catarina Martins defende que pagamento das Jornadas deve ser assumido pela própria igreja, "tal como noutros países do mundo". De acordo com a coordenadora do BE, a requalificação dos terrenos onde será colocado o altar-palco que custará cinco milhões até pode ser necessária, mas para Catarina Martins os custos dessa requalificação, divididos por Lisboa e Loures, deviam ser realizados "de forma transparente". "O que ainda ninguém explicou é como chegámos a custos de milhões, que ninguém sabe para que servem, e ainda por cima são por ajuste direto", conclui.
A coordenadora do BE falava no Teatro Lethes, em Faro, onde a única companhia profissional de Teatro da região, A ACTA ficou afastada dos financiamentos atribuídos pela Direção Geral das Artes.