- Comentar
Os professores começaram a manifestar-se, esta quarta-feira ao início da tarde, junto ao Parlamento. Neste dia de Greve Nacional de Professores, os docentes aproveitam a presença do Ministro da Educação na Assembleia da República, para a discussão na especialidade do Orçamento do Estado, para fazer esta concentração.
Relacionados
Vincular cinco mil professores? Sindicatos acusam Governo de "ausência de visão da realidade"
Greve já é "tradição". João Costa defende que "este é um bom orçamento para a educação"
Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afirmou que esta é uma greve muito importante para a classe docente e que há muitos anos que não acontecia um protesto com esta adesão.
"Gostaria de destacar a grande compreensão e solidariedade que está a ser manifestada pelos pais. Estivemos à porta das escolas a distribuir um texto explicativo, a comunicação social ia falando com os pais que tinham de aguardar e ir para casa com os filhos e o discurso era quase unânime: 'os professores estão a ser maltratados, não estão a ser respeitados e estão a lutar pelos seus direitos.' Isto para nós é extremamente importante", explicou o líder da FENPROF.
Ouça as declarações de Mário Nogueira
Catarina Martins, a coordenadora do Bloco de Esquerda, não tem dúvidas em afirmar que os professores em Portugal têm sido uns heróis.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"A OCDE ainda recentemente dizia que não gastamos o que devíamos gastar com a educação para garantirmos a qualidade. Os professores têm tido carreiras congeladas, baixos salários e falta de condições nas escolas. São professores, administrativos, psicólogos e assistentes sociais. Têm de colmatar todas as falhas das escolas e lá estão todos os dias. Precisavam que este Orçamento do Estado os tratasse um bocadinho melhor", explicou Catarina Martins, apoiando o protesto.
Ouça as declarações de Catarina Martins
Já a líder parlamentar do PCP, Paulo Santos, garante que o partido está solidário com os professores e com a luta em defesa da escola pública.
"Uma luta pela valorização da profissão num momento em que há centenas de milhares de crianças que não têm professores em todas as disciplinas, não há uma resposta por parte do Governo e nesta proposta de Orçamento do Estado, que daqui a pouco vai ser discutida na área Educação. Persiste a desvalorização da carreira, não há contagem do tempo de serviço para todos os professores, mantêm-se as quotas no acesso à carreira, a precariedade da profissão e o envelhecimento. Estas são questões de grande preocupação e que exigem respostas que têm de passar pela valorização da carreira e da profissão, para atrair mais professores, mais jovens e que todos os alunos têm professores a todas as disciplinas", acrescentou Paula Santos.
