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A antiga presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, está disponível para explicar o caso do acolhimento dos refugiados ucranianos depois de o jornal Expresso adiantar que foram encontrados indícios de crime. Segundo o semanário, a Inspeção-Geral de Finanças já enviou o relatório para o Ministério Público.
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As suspeitas recaem sobre o casal russo que acolhia os refugiados ucranianos e também sobre a Câmara de Setúbal. Podem, assim, ter de responder perante a justiça o atual presidente, André Martins, e a anterior autarca, Maria das Dores Meira, que admite que alguns contratos eram feitos por ajuste direto.
"Com todas as associações, essas ou outras de caráter desportivo, cultural, associações de pais, havia uma atribuição de subsídios que ajudavam a suportar a sua atividade. Como podem imaginar, a cultura não é uma atividade lucrativa, tal como o desporto e tudo aquilo que acabei de referir e para se desenvolver precisam, normalmente, do apoio dos municípios. Por ajuste direto dependia se era alguma atividade que estavam a fazer a pedido da câmara para ajudarem algumas comunidades, não sei exatamente se este é um desses casos, não tenho documentos que me digam que é um deles, não tenho memória porque, felizmente, tínhamos 200 e tal instituições", explicou à TSF Maria das Dores Meira.
Ouça as declarações da ex-presidente da Câmara de Setúbal à TSF
Estas são as primeiras explicações de Maria das Dores Meira sobre o caso dos refugiados ucranianos acolhidos em Setúbal. A antiga presidente da autarquia sublinha que todo o atual executivo da Câmara de Setúbal conhece os detalhes dos contratos com as associações como a do casal russo envolvido na polémica.
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"Todas as pessoas que estão hoje no executivo municipal da Câmara de Setúbal estavam comigo. O André Martins foi vereador do executivo onde estive durante 16 anos. Nos últimos quatro anos foi presidente da assembleia municipal, todos estavam dentro das coisas que aconteciam na atividade da Câmara, portanto estarei disponível para, junto das entidades competentes, para dar os esclarecimentos que forem necessários", acrescentou a antiga presidente da Câmara de Setúbal.
A TSF contactou também a Câmara de Setúbal. Fonte da autarquia adianta que vai analisar a informação avançada pelo Expresso durante esta sexta-feira e só depois decide se comenta a notícia.
