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A primeira reação foi de incredulidade. A ameaça de um atentado terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa não parecia algo possível para quem aqui estuda.
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"Não acreditava que uma coisa destas fosse acontecer em Portugal, tendo em conta que a maior parte destas situações acontecem na América", admite Yehia Radwan, estudante de Engenharia Biomédica e Biofísica.
A descrença rapidamente deu lugar ao medo, um sentimento geral entre os alunos que estão, esta sexta-feira, no campus. Em plena época de exames, foram obrigados a vir à faculdade prestar provas. Dado o receio, muitos colegas acabaram mesmo por desistir e não compareceram.
Ouça a reportagem da TSF no campus da Universidade de Lisboa.
Para os alunos, confessa Yehia, a ameaça parece agora poder vir de qualquer lado: "Fiquei com imenso medo de que outra pessoa, eventualmente, se inspirasse nesta ação e pudesse cometer algum tipo de crime parecido. Isso deixa-me bastante preocupado em vir à faculdade."
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Uma inquietação partilhada pela colega Constança Anciães: "O aluno em questão era uma pessoa completamente normal, que conviva connosco na faculdade, apesar de não o conhecermos. Estaria sentado ao nosso lado no anfiteatro. Sentimos todos algum receio porque pode haver outra pessoa exatamente com a mesma motivação".
Para já, a mente dos alunos está em conflito entre a ansiedade perante a segurança na escola e a concentração que têm de manter para os exames que têm de realizar.

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O estudante Francisco Barradas nota que toda a gente está "apavorada". "As pessoas não estão confortáveis, não sei como é que isto agora vai decorrer, daqui para a frente, mas, neste momento, sentimos que não estão reunidas condições, mesmo a nível psicológico, e acho que é uma coisa de que se tem de falar e que se tem de ter cuidado em relação a isso", frisa.
Alguns alunos defendem que a universidade precisa agora de tomar medias. "Talvez uma revista à porta da escola, e o reforço da segurança", indica Nuno Parreira, de 18 anos. Qualquer coisa que faça os estudantes sentirem que vir para a universidade continua a ser seguro.

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