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Até esta quinta-feira, é esperado que as poeiras oriundas do norte de África se mantenham a pairar no território da Península Ibérica. Além do impacto na saúde e na qualidade do ar, este fenómeno também pode comprometer os sistemas de ventilação dos edifícios.
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Manuel Gameiro da Silva, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, explicou à TSF que "os filtros vão ficar colmatados um bocado mais cedo do que aconteceria num período normal".
O docente universitário alertou as equipas de manutenção dos equipamentos: "Quando o filtro começa a ficar muito entupido, cria uma perda de pressão muito elevada e isso significa que deixa passar muito pouco ar e, por outro lado, está a aumentar o consumo de energia".
Ouça a reportagem de Fátima Valente
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Apesar de a engenharia conseguir responder a situações difíceis, não consegue fazer o mesmo quando se trata de fenómenos extremos e Manuel Gameiro da Silva explica que se os edifícios fossem projetados "para resolverem sozinhos uma situação com este nível de partículas, os sistemas de ventilação ficariam mais caros", comparando com uma situação de uma eventual onda de calor.
Depois da pandemia causada pela Covid-19, a palavra aerossóis voltou a fazer parte do vocabulário, mas, desta feita, ao contrário da pandemia, em que os "aerossóis eram gotas de água que nós púnhamos em suspensão no ar", as poeiras são de "material sólido, tipicamente sílica, enxofre, quartzo e cálcio", enumera, que "fazem parte das areias do deserto".
Sobre os ares condicionados dos carros, o professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra diz que "em princípio conseguem reter" as partículas e, se os carros estiverem parados durante este período, "não é grande problema". No entanto, se tiverem estado em movimento, os filtros dos veículos "podem ter ficado com uma carga maior em menos tempo".