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Os sindicatos dizem que esta quarta-feira não há negociação com o Governo, apenas uma apresentação de novos temas para negociação entre professores e Ministério da Educação. A reunião, que estava marcada para as 9h00, começou cerca de 25 minutos mais tarde devido ao atraso do líder da Fenprof, Mário Nogueira, que à entrada ainda falou aos jornalistas e confessou ter expectativas moderadas, uma vez que esta é uma primeira reunião para lançar as bases das negociações.
"Hoje não é propriamente negociação, é uma primeira reunião para identificar os problemas que deverão ser abordados e marcar um calendário negocial. Esperamos que esta seja uma reunião de onde o Ministério aceite que não há um lado apenas e que os dois lados poderão apresentar as suas propostas. Sobre o tempo de serviço e as vagas já o fizemos. Os dois lados têm possibilidade de acrescentar aspetos à agenda", explicou Mário Nogueira.
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O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores admitiu a suspensão das greves convocadas pela plataforma de nove organizações sindicais, mas reafirmou que a decisão depende das negociações e "está nas mãos do Ministério" da Educação.
"Aquilo que esperamos é que o Ministério nos dê razões para que não tenha de ser concretizado este plano de luta e só nos pode dar razões com as posições que surgirem nas reuniões", disse Mário Nogueira.
Em declarações aos jornalistas à entrada do Ministério da Educação, que volta a receber as organizações sindicais, o dirigente sindical não afastou a possibilidade de suspender as paralisações previstas até ao final do ano letivo, considerando que é esse o objetivo no momento em que são convocadas.
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Numa altura em que deverão arrancar novas negociações sobre diferentes temas, cujo calendário será definido na reunião, Mário Nogueira disse que a concretização da luta e das greves "está mais nas mãos do Ministério do que nas mãos dos sindicatos e dos professores".
A partir de segunda-feira, arrancam greves ao serviço extraordinário, ao sobretrabalho, à componente não letiva e ao último tempo letivo de cada professor. Estão também previstas novas greves por distrito entre 17 de abril e 12 de maio, uma greve nacional em 06 de junho e às avaliações finais do ano letivo.
Em cima da mesa estão a correção de assimetrias decorrentes do congelamento das carreiras e de desigualdades na redução de componente letiva dos professores em monodocência, a redução da burocracia nas escolas, e a regularização de vínculos de técnicos superiores e especializados.
Sobre o primeiro tema da agenda, o secretário-geral da Fenprof sublinhou que a correção de assimetrias implica a recuperação integral do tempo de carreira, uma das principais reivindicações dos professores, sob pena de "corrigir umas assimetrias e aprofundar outras".
Também à entrada do Ministério da Educação, o coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) lamentou que a tutela não tenha dado a conhecer às organizações, antes da primeira reunião, as propostas que estarão em discussão.
Quanto à greve em curso convocada por aquele sindicato, André Pestana disse que o STOP está "disponível para tudo", mas relatou que os docentes defendem que não podem parar agora.
"Dizia-se que lutar não valia a pena durante a ronda negocial e demonstrou-se que sim", defendeu o dirigente sindical.