"Gerir o bolo é um grande desafio." Contestação vai traduzir-se em aumentos salariais?

CGTP esperava ainda mais contestação, UGT considera que há sinais positivos nas negociações.

Em dia nacional de protesto, com greves e manifestações em vários pontos do país pelo aumento dos salários e das pensões, contra a subida do custo de vida e para reivindicar emprego com direitos.

Paulo Marques, professor do departamento de economia política do ISCTE, considera que o contexto de maioria absoluta faz aumentar a contestação social, mas não acredita que a luta conduza a um aumento dos salários.

Se o Governo "aumentar muito significativamente os salários, eventualmente, aos professores, vai ter que o fazer também nas outras áreas da administração pública, porque as coisas estão todas ligadas", aponta, em e declarações esta quinta-feira no Fórum TSF.

"Não vai ser possível aumentar significativamente os professores e depois não traduzir também na situação dos médicos, dos enfermeiros, dos outros técnicos superiores, etc. Portanto é preciso gerir o bolo, isso é um desafio muito grande."

Por isso, alerta Paulo Marques, se a política monetária não se alterar e a inflação não baixar a tendência será de um aumento da contestação social.

Face ao contexto, atual, Filipe Marques, representante da comissão executiva da CGTP, esperava mais contestação. "Acho que se verifica hoje um claro aprofundamento da degradação da situação económica e social dos trabalhadores, cujo impacto também nos jovens e é muito grande", destaca.

"Estamos perante uma inflação acima de 8%" e há dados que mostram que "mais de 11% dos trabalhadores eram pobres, apesar de trabalharem, o que é inaceitável".

Por sua vez, Soraia Duarte, secretaria-geral adjunta da UGT, está confiante que será possível assegurar a "uma valorização no mínimo de 20% dos salários para todos em quatro anos", até porque já "há sinais muito positivos daquilo que tem sido o sentamo-nos às mesas das negociações - conseguirmos já aumentos para vários setores", na ordem dos 6 aos 14%"

A UGT defende que os sindicatos estão a trabalhar para dar resposta às reivindicações dos trabalhadores "através da negociação coletiva, dando cumprimento ao acordo de médio prazo de duração dos salários, para que haja realmente uma verdadeira valorização dos salários dos trabalhadores."

Esta quinta-feira estão previstas manifestações em várias cidades do país, entre elas, Lisboa, Porto, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Setúbal, Santarém, Portalegre, Viseu, Vila Real e Funchal.

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