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São geralmente idosos que vão ficando nos hospitais por não terem quem os acolha. A partir "desta semana" estas pessoas serão encaminhadas para instituições do setor social, a começar pela região de Lisboa. É uma das medidas do Plano de Inverno para ajudar o Serviço Nacional de Saúde a responder à procura acrescida.
"Temos a certeza de que este plano não vai resolver o problema das urgências", esclarece o ministro da saúde, mas Manuel Pizarro quer pelo menos acabar com a expressão "caos" associada às notícias sobre urgências hospitalares que se repetem, no mesmo tom, ano após ano.
Uma das apostas é permitir que o utente possa escolher, a cada momento, o centro de saúde mais próximo com horário alargado. "Será uma nova funcionalidade do Portal da Saúde", assegura o ministro, que acrescenta a particularidade essencial, "esses centros de saúde atendem qualquer pessoa, não apenas os doentes daquela área de residência ou os doentes inscritos".
Ouça o resumo do Plano de Inverno
O objetivo é tirar casos não urgentes dos serviços de urgência, e para isso também será criado "via verde para consultas no centro de saúde num prazo de 24 horas". O nome pomposo refere-se à pretensão de reencaminhar os doentes não urgentes para os cuidados primários onde deveriam ter ido em primeiro lugar, caso estivessem abertos.
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De novo, Manuel Pizarro assegura que este desvio só acontece se o utente concordar, o argumento é que sai da urgência hospitalar já com consulta agendada num centro de saúde, ainda nesse dia ou no seguinte.
À volta das urgências faz-se ainda referência a "planos de contingência para responder à retenção de ambulâncias às portas de urgências hospitalares", vulgo engarrafamentos de ambulâncias e macas à espera de atendimento. A preocupação aqui é libertar as macas e os meios de transporte de doentes urgentes que podem estar a fazer falta noutras emergências. A ideia é, sobretudo nos maiores hospitais de Lisboa, "rearrumar os doentes urgentes", ou seja, criar novos espaços de atendimento que permita que se espere o atendimento fora das ambulâncias e das macas.
O resto do plano é, no essencial, semelhante ao de invernos anteriores: vigilâncias aos vírus respiratórios, atenção aos mais vulneráveis, vacinar, ventilar espaços, recomendar o uso de máscaras em espaços com mais potencial de contágio e, acima de tudo, tentar adaptar a resposta do SNS às necessidades de cada momento.

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