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O Governo dos Açores quer que a população da Região Autónoma seja prioritária na vacinação contra a Covid-19. O secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses, admite que as vacinas não estão a chegar a Portugal ao ritmo que se esperava, mas sublinha que os Açores não podem ser prejudicados por causa desse atraso.
"Entendemos que devia ser cumprido aquilo que tem sido anunciado, mas também percebemos as dificuldades que o próprio Governo da República tem na chegada das vacinas a Portugal. É um problema transversal até em termos europeus, mas o que é certo é que temos as nove ilhas com os constrangimentos climatéricos e geográficos", explicou à TSF Clélio Meneses.
Secretário Regional da Saúde mostrou-se surpreendido com "a alteração dos planos"
O governo açoriano não exclui a possibilidade de ativar o acordo de cooperação com os EUA para conseguir vacinas para a região. Para já foi enviada uma carta à comissária europeia da saúde, chamando a atenção para as especificidades da Região Autónoma dos Açores e invocando o facto de a região ser considerada como ultraperiférica.
"O governo regional, através do senhor presidente do governo, já notificou por missiva a senhora comissária com a tutela da saúde no sentido de esta nossa circunstância geográfica de isolamento ter também correspondência ao nível da vacinação, fazendo uso do regime de regiões ultraperiféricas da Europa. Entendemos que, e a própria comissária já o manifestou, devemos ter uma atenção especial tendo em conta estas circunstâncias decorrentes da nossa natureza", afirmou o secretário Regional da Saúde.
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Para já, o pedido de apoio aos EUA é uma hipótese enquanto aguardam pela resposta da Comissão Europeia.

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"Foi apenas, até agora, identificada mais essa porta de entrada de vacinas para solucionar este problema. Vamos aguardar por resposta da União Europeia, através da senhora comissária. Estamos a tentar encontrar todos os meios e mecanismos que garantam a vacinação da população açoriana o mais rapidamente possível", acrescentou Clélio Meneses.
No fundo, explica o secretário Regional da Saúde, o governo açoriano só pede ao Governo da República o mesmo tratamento que foi dado pelo executivo açoriano à ilha do Corvo.
"Os princípios são os mesmos e a coerência é exatamente essa. O que pedimos para os Açores é aquilo que fizémos relativamente à ilha do Corvo. É uma ilha distante em termos históricos, geográficos e climatérico onde, por vezes, durante alguns períodos do ano, ficam vários dias sem qualquer comunicação com o exterior", acrescentou o secretário Regional da Saúde.

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A população da ilha do Corvo já foi quase toda vacinada. A nível global é o único território onde toda a população recebeu a vacina contra a Covid-19.
O arquipélago dos Açores tem, nesta altura, 87 casos ativos. A situação na região está controlada.