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O ministro da Educação garantiu que o Governo vai recorrer a "todos os instrumentos legais" para evitar que os alunos sejam prejudicados por uma eventual greve às avaliações. Tiago Brandão Rodrigues pediu, durante o Fórum TSF, "tranquilidade" nesta fase difícil do ano letivo.
"O Governo lançará mão de todos os instrumentos legais que tem ao seu dispor para fazer prevalecer este direito à educação das nossas crianças e jovens, mas eu acredito enormemente que os nossos professores têm a sensibilidade para entender que, neste momento crítico das avaliações no final do ano letivo, o que as nossas comunidades educativas merecem, precisam, querem e desejam é tranquilidade e serenidade."
Em entrevista ao jornalista Manuel Acácio, o ministro da Educação disse desconhecer o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que avança que o impacto orçamental da reposição total do tempo de serviço dos professores é metade do valor apresentado pelo Governo.
Para a UTAO, a recuperação na integra, do tempo de serviço dos professores e das restantes carreiras especiais custaria 398 milhões de euros por ano, em vez dos 800 milhões de euros apontados pelo Governo.
"Eu nunca enganei e nunca criei expectativas que saíram goradas aos professores. Demos sempre passos que poderíamos dar, falámos e articulámos com os sindicatos sempre no sentido de poder ver os passos que serão necessariamente irreversíveis. E eu acredito que Governo, neste sentido importante de valorização dos professores, continuará a trabalhar para que a dignificação, a nobreza e todo este trabalho que temos feito com os professores se possa fazer", afirma Tiago Brandão Rodrigues.
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As declarações do ministro da Educação surgem depois de uma semana marcada pela tensão entre os vários partidos que votaram a reposição integral do tempo de serviço dos professores.
O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que comunicou ao Presidente da República que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores seja aprovada em votação final global.
"Ao Governo cumpre garantir a confiança dos portugueses nos compromissos que assumimos e a credibilidade externa do país. Nestas condições, entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] e o presidente da Assembleia da República [Ferro Rodrigues] que a aprovação em votação final global desta iniciativa parlamentar forçará o Governo a apresentar a sua demissão", declarou.
Os professores prometem desde já, estar à porta do próximo governo, se ainda não houver solução para a contagem do tempo de serviço, depois das eleições legislativas. Mário Nogueira deixou a promessa no Fórum TSF, garantindo que os professores não desistem da luta pela recuperação dos 9 anos, 4 meses e 2 dias de tempo de serviço que esteve congelado.
"No dia a seguir à tomada de posse do próximo Governo, se for por aí que se caminhe e se o tempo não for de facto contado, nós estaremos à porta do ministro da Educação que for eleito a dizer, com os nossos crachás, vamos resolver este problema."
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*Com Manuel Acácio