Greves de professores. Diretores de Escolas consideram que "é prematuro" falar em aulas extra

Filinto Lima diz à TSF que mesmo as aulas extra para os alunos com exames nacionais "por norma, os professores já as dão por sua livre vontade e pro bono".

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) pediu esta segunda-feira que os alunos tivessem aulas extra para recuperarem as aprendizagens perdidas durante as greves de professores, mas a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera que "ainda é prematuro" fazer essa análise.

"Eu acho que ainda é prematuro falar-se sobre a recuperação das aprendizagens, tendo em conta a greve de professores que está a decorrer desde o dia 9 de dezembro, porque esta greve tem afetado algumas aulas, em algumas turmas, mas de uma forma desigual em todo o país", argumentou o presidente da associação, Filinto Lima, em declarações à TSF.

Para o líder dos diretores escolares, quem está a ser mais afetado com estas greves são os pais, "sobretudo aqueles pais que têm filhos no pré-escolar e no primeiro ciclo".

No mesmo sentido, as aulas extra para os alunos com exames nacionais também são normalmente asseguradas pelos próprios professores.

"Essas aulas extra, para alunos que têm exame - do 9.º, 11.º e 12.º anos -, por norma, os professores já as dão por sua livre vontade e pro bono. Isso já acontece, independentemente de haver ou não haver greve. Agora, pelo facto de estarmos a viver este momento conturbado na educação no nosso país, parece-me que ainda é cedo para podermos querer ter aulas suplementares, em virtude destas greves", argumenta.

Filinto Lima defende ainda que esta é uma greve "atípica": "É uma greve por distritos, muitas vezes. É uma greve às primeiras horas. É preciso que cada escola, na altura em que isto terminar, apure o número de aulas que os seus alunos tiveram a menos. Isso é que é preciso. E, se calhar, não são tantas aulas que justifique aquilo que a Confap está a pedir."

As associações de pais pedem medidas que permitam recuperar as aprendizagens perdidas durante as greves nas escolas, tais como aulas extra, defendendo que os exames nacionais devem manter o mesmo grau de dificuldade.

Dois meses após o início das greves nas escolas, que "afetaram de forma muito diferente os alunos", a presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais disse que "pais e alunos do secundário estão preocupados" com os exames nacionais.

"Não gostaríamos que houvesse uma maior sobrecarga, mas estamos a ver que é o que vai acontecer. Terá de haver um reforço de aulas de apoio que permita aos alunos realizar os exames nacionais. Só acho que não se devem fazer exames mais fáceis", disse Mariana Carvalho em declarações à Lusa.

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