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A ministra da Saúde, Marta Temido, afirma que não é uma coincidência que as greves no setor da Saúde tenham sido anunciadas num momento em que se discute o Orçamento do Estado de 2022 (OE2022).
Em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira, no Hospital Conde de Ferreira, no Porto, a ministra notou que, no último mês, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) parecia estar com "uma resposta extraordinária" e que agora está a "claudicar", com uma série de greves marcadas no setor e demissões em bloco em hospitais.
"É importante dizer que não há coincidências", declarou Marta Temido. "Estamos num contexto específico", continuou, aludindo ao momento de discussão do OE2022.
"Compreendemos que muitas das aspirações e reivindicações dos profissionais de saúde estiveram contidas devido à pandemia e que estejam todas agora a surgir ao mesmo tempo, mas não há coincidências", referiu.
"Há questões colocadas (...) que todos reconhecemos há muito tempo, estamos todos de acordo quanto ao diagnóstico. Mas não é uma questão de legitimidade, é uma questão de disponibilidade", disse a ministra, sublinhando que o país não consegue "atender a todas as reivindicações ao mesmo tempo".
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"Não estamos a falar de não atender reivindicações, estamos a falar do ritmo ao qual podem ser respondidas e da conjugação dessas mesmas respostas", frisou.

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Nos últimos dias, depois de uma demissão em bloco, por falta de condições e pessoal, no Hospital de Setúbal, seguiu-se uma série de demissões na urgência de psiquiatria do Hospital de São João, no Porto. Paralelamente, foram marcadas, ainda para este mês, paralisações dos técnicos de emergência pré-hospitalar e dos farmacêuticos do SNS, e, em novembro, greves dos médicos e dos enfermeiros.

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Durante a presença no Hospital Conde de Ferreira, no Porto, a ministra da Saúde abordou o caso concreto da demissão de oito médicos na Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto. Marta Temido acredita que vai ser possível um entendimento que permita reverter a saída dos profissionais de saúde, mostrando-se confiante de que as partes chegarão a um acordo na reunião agendada para a próxima semana.
"Penso que continuar a conversar sobre os problemas é a melhor forma de os ultrapassar", concluiu a ministra.

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