Guichard à saída de Custóias: "Fugir é um ato de cobardia, encarar é um ato de coragem"

Paulo Guichard garante que não falou com João Rendeiro, diz que se o tivesse feito teria falado com as autoridades, e aponta "fragilidades" ao processo do BPP.

O antigo administrador do BPP, Paulo Guichard, defendeu esta quinta-feira, à saída do Estabelecimento Prisional de Custóias, que "fugir é um ato de cobardia" e garantiu estar disponível para assumir responsabilidades sobre os erros que cometeu.

Em declarações aos jornalistas, Paulo Guichard garante que veio do Rio de Janeiro para Portugal com o objetivo de se apresentar "voluntariamente às autoridades", acabando por ser surpreendido com um mandado de captura no aeroporto de Pedras Rubras. "Quando cheguei a Portugal sabia o que me esperava e que tinha uma cruz para suportar nas costas", explicou.

O antigo administrador do BPP entregou o passaporte "ontem ou anteontem" e garantiu que não tem passaporte brasileiro, "nem nunca quis ter". Sobre o processo do BPP, apontou-lhe "fragilidades que têm de ser assumidas pelas pessoas".

Questionado sobre a relação com João Rendeiro, defendeu que o antigo banqueiro "tem de assumir aquilo que fez" e que, "globalmente, fugir é um ato de cobardia, encarar é um ato de coragem". Sobre se falou diretamente com Rendeiro, Guichard garantiu que, se tal tivesse acontecido, "teria falado com as autoridades e não através da comunicação social."

O futuro imediato ficou também definido: vai almoçar com a mãe, de 94 anos, que já não vê "há dois anos".

O Supremo Tribunal de Justiça mandou libertar Paulo Guichard, no âmbito do pedido de 'habeas corpus' da sua defesa, após ter sido preso a semana passada no aeroporto quando chegava a Portugal.

"Pelo exposto, acordam os juízes desta secção criminal do Supremo Tribunal de Justiça em diferir a providência de 'habeas corpus' formulada por António Paulo de Araújo Portugal Guichard Alves", lê-se na decisão divulgada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

O ex-administrador do BPP Paulo Guichard foi detido na quinta-feira da semana passada no aeroporto do Porto vindo do Brasil. Desde então está detido no estabelecimento prisional de Custóias, em Matosinhos, no distrito do Porto.

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