Entradas no Superior com máximos de 30 anos. Saúde e Engenharias lideram escolhas

A taxa de colocação na 1.ª fase subiu quatro pontos percentuais, face ao último ano. Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, foi o curso com a nota de entrada mais alta.

Foram quase 50 mil os estudantes colocados na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Em mais de três décadas, esta é só a segunda vez que há um número tão elevado de alunos colocados, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Naquela que foi a segunda maior colocação de sempre numa primeira fase do concurso desde o ano de 1989, ficaram colocados 49.806 alunos, 81% dos 61.507 candidatos. Os resultados estão disponíveis, desde este domingo, no site oficial da Direção-Geral do Ensino Superior.

Houve um aumento de quatro pontos percentuais da taxa de colocação, face ao último ano, com o ministério tutelado por Elvira Fortunato a afirmar que a evolução mostra "um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições". Destaca-se também um aumento do número de estudantes em instituições do interior (mais 6%).

Medicina e Engenharias no topo

Dos estudantes agora admitidos, 84% conseguiram ficar numa das três primeiras opções, com 52% a conseguirem mesmo ficar na primeira opção.

As áreas de estudo com mais alunos colocados foram a Engenharia e Técnicas, seguida pelas Ciências Empresariais e pela Saúde.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinha o aumento de 9% dos colocados em cursos de competências digitais, ciências dos dados e engenharias aeroespaciais (7327 alunos), mas também a subida de 14% no número de colocados em licenciaturas de Educação Básica (727 estudantes).

Houve instituições de ensino superior que preencheram todas as vagas disponíveis, logo nesta primeira fase do concurso. Foram elas: a Universidade Nova de Lisboa, o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e a Escola Superior de Enfermagem do Porto.

No polo oposto, a instituição que fica com mais vagas por preencher é o Instituto Politécnico de Bragança (com 1077 vagas sobrantes).

No que toca às médias de entrada, os cursos com as notas mais altas voltam a ser Medicina e Engenharias (Aeroespacial, mas também Física Tecnológica e Gestão Industrial).

Foi no curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, na Universidade do Porto, que se registou a nota mais elevada do último colocado: 18,9. A Universidade do Porto é, de resto, a instituição de ensino superior com maior presença na tabela dos cursos com notas de entrada mais elevadas.

O top 10 dos cursos com médias mais altas

1.º 18,90 - Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto

2.º 18,85 - Engenharia Aeroespacial, na Universidade de Lisboa

3.º 18,78 - Engenharia Física Tecnológica, na Universidade de Lisboa

4.º 18,73 - Engenharia e Gestão Industrial, na Universidade do Porto

5.º 18,72 - Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

6.º 18,70 - Matemática Aplicada e Computação, na Universidade de Lisboa

7.º 18,65 - Bioengenharia, na Universidade do Porto

8.º 18,62 - Engenharia Aeroespacial, na Universidade do Minho

9.º 18,58 - Medicina, na Universidade do Minho

10.º 18,55 - Arquitetura, na Universidade do Porto

Mais alunos com deficiência e mais emigrantes e lusodescendentes

Nos resultados das colocações nesta 1.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior, regista-se ainda o maior número de sempre dos colocados pelo contingente especial para estudantes com deficiência. Ao todo, foram 381 os alunos colocados neste regime, o que, de acordo com a tutela, representa um aumento de 21% face ao ano anterior.

Também nos estudantes colocados pelo contingente especial para emigrantes e lusodescendentes verifica-se uma subida, mais 16% face ao último ano letivo, com 484 alunos colocados.

O investimento do PRR

Em comunicado, o Governo adianta que nos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "orientados para reforçar a formação superior inicial e o aumento do número de graduados em áreas STEAM (STEAM- Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics)", houve 520 estudantes colocados.

Dos 22 novos cursos apoiados pelo PRR, informa o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, houve 16 que tiveram uma taxa de ocupação de 100%, e nos outros 50 cursos já existentes apoiados pelo PRR, para reforço de vagas, houve 2863 colocados, sendo que 37 desses cursos tiveram uma taxa de ocupação de 100%.

"A totalidade de cursos apoiados pelo PRR tiveram 3383 estudantes colocados com uma taxa de ocupação de 94%", refere a tutela.

E agora a 2.ª fase

Desde 1999 que não restavam tão poucos lugares no ensino superior, para os alunos que não conseguiram entrar na 1.ª fase. Ainda assim, quem precisar de uma segunda oportunidade, pode contar com 5284 vagas para a 2.ª fase do concurso de acesso.

A apresentação de candidaturas para a 2.ª fase acontece de 12 a 23 de setembro.

Os resultados das colocações da 2.ª fase do concurso nacional são divulgados no dia 30 de setembro.

Notícia atualizada

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