"Há noivas com três datas de casamento"

A partir de 19 de abril podem realizar-se casamentos e batizados, ainda que só seja permitido 25% da lotação. As expectativas de quem trabalho no setor, após um ano com muitas histórias para contar.

"Houve noivas com três datas de casamento, a maior parte dos sapatos são personalizados na sola ou na palmilha com informações como a data e tivemos que colocar novas gravações com novas datas".

Ana Amorim é responsável da Crème Caviar, desenha e produz sapatos de noiva personalizados. No último ano foi obrigada a parar, teve que alterar a data gravada na maioria dos sapatos, mas desde 5 de abril, quando teve autorização para reabrir, que a agenda está cheia. "Estes últimos dias têm sido uma loucura, ficamos com a agenda preenchida para muitas semanas. Desde janeiro que estávamos fechados e as noivas ficaram sem poderem planear o casamento. Agora queremos resolver todos os detalhes com as noivas e tem sido uma correria como há muito tempo não tínhamos".

No atelier de Pureza Mello Breyner, em Lisboa, os próximos vestidos sobem ao altar em maio. As duas últimas semanas têm sido de grande correria. "Tínhamos as noivas que tinham ficado com o processo parado muito ansiosas por poder voltar e tínhamos aquelas noivas que vão casar no verão e só procuram vestido em janeiro. Mas como fechamos não conseguiram fazer nada e agora estavam em pulgas para poder começar a experimentar vestidos, ou seja, a ansiedade é mais do que nunca".

Um suspiro de alívio depois de ter o atelier esteve fechado entre 15 de janeiro e 5 de abril. "Uma vez que não podíamos receber as noivas, nem fazer provas... sem isto não tenho como avançar no meu trabalho".

Na Quinta das Camélias, em Vila Nova de Gaia, o primeiro casamento do ano está marcado para maio e faz parte dos muitos adiados em 2020. Agora, Raquel Nogueira diz que já têm os fins de semana quase todos ocupados. As regras são as do setor da restauração. "O que muda mais é a questão do buffet que são os funcionários do catering que servem e não os convidados, é como se fosse um restaurante normal. Nas mesas devemos sempre tentar que fiquem juntos elementos do mesmo agregado familiar ou amigos com quem habitualmente estão".

Tiago Sousa, de Ovar, especializou-se em fotografia de casamento e no último ano 80% dos trabalhos foram reagendados para este ano. "Começo em maio e espero não parar mais até novembro. Os noivos já têm pedidos para 2022 e 2023". A máscara já passou a fazer parte da ferramenta de trabalho "Há muitas dúvidas por parte dos noivos, mas estamos em sintonia a transmitir confiança e passa essencialmente por usar a máscara", diz Tiago Sousa.

Também para Diogo Sousa, DJ, vive em Guimarães, os casamentos perderam alguma da espontaneidade. "Estamos a falar de uma área em que normalmente há mais proximidade entre as pessoas, mais euforia e nota-se algum receio das pessoas, mesmo com uso de mascara e distanciamento".

Casamentos e batizados regressam, mas para já apenas com a lotação dos espaços definida. O setor rege-se pelas regras da restauração e aguarda por orientações do governo.

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