"Há uma ligeira descida." Portugueses deslocaram-se menos desde o início da guerra

Paulo Caldeira, especialista em mobilidade da empresa PSE, explicou à TSF que os portugueses estão a "andar 30 a 40 quilómetros mais do que antigamente" e através de transportes individuais.

A mobilidade dos portugueses baixou nas últimas semanas. Após uma tendência crescente nas primeiras semanas do ano, o início da guerra na Ucrânia e o aumento dos preços dos combustíveis fizeram com que as pessoas se deslocassem menos.

Paulo Caldeira, especialista em mobilidade da empresa PSE que mede a mobilidade da população através da utilização dos dispositivos móveis, revela à TSF que a quebra, ainda que ligeira, existe. "Nós verificámos que a 10.ª semana [do ano], foi quando se verificou a maior descida da mobilidade. Isso tem a ver mais com a chuva do que com o aumento dos preços. Desde a oitava semana, com o início da guerra, com o incremento dos preços dos combustíveis, nas semanas nove, dez, onze, doze e treze deste ano há uma tendência decrescente na mobilidade. Não é uma diferença muito grande. Estamos a falar de dois pontos percentuais de descida, mas há uma ligeira descida", explica.

Com o abrandar da pandemia, as primeiras semanas do ano mostraram que os portugueses estavam a movimentar-se mais, ainda que de forma diferente de antigamente: "Se nós, antes, tínhamos tipicamente um comportamento de casa-trabalho e trabalho-casa, agora temos situações muito mais diversas. Há situações de pessoas que ficam em casa, vão levar os filhos à escola, vão às compras, vão ao ginásio, vão aqui e vão ali. Isso faz com que haja mais viagens, mas mais curtas, e, em saldo, nós vemos que as pessoas estão a andar 30 a 40 quilómetros mais do que antigamente faziam. E estão a fazê-lo, sobretudo, através de meios de transporte individuais."

Isso significa que nos dias úteis "é cerca de 30% acima daquilo que era a média antes da pandemia e, em termos globais, estamos a falar de 15 a 20 % acima do valor pré-pandémico".

Em todas as semanas do início do ano verificou-se o aumento da mobilidade dos portugueses e apenas na oitava é que diminuiu. Como uma parte dos trabalhadores ainda está em sistema hibrido, com dias no local de trabalho e outros em teletrabalho, a obrigação de pagar um passe mensal, pode desmotivar a passagem do transporte individual para o transporte próprio.

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