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A Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia considera que não podem existir testes à Covid-19 nos lares apenas quando há surtos. A organização defende que esses testes deviam ser frequentes e a vice-presidente da Sociedade lembra que o governo já teve um lema que não está a cumprir.
"Era testar, testar, testar", recorda Maria João Quintela. "Ora, isso é o mesmo que dizer vacinar, vacinar, vacinar e depois não haver vacinas", exclama numa alusão à falta de vacinas para a gripe. "Isso cria uma grande frustração e a sensação de que há pessoas de 1ª, 2ª e 3ª categoria". Na opinião da dirigente da Sociedade de Geriatria, esta situação verifica-se porque o Governo não reconhece os recursos humanos dos lares de idosos como fazendo parte do sistema de saúde.
Ouça a reportagem de Maria Augusta Casaca
Maria João Quintela defende que também que o governo devia dar meios às instituições e colocar médicos e enfermeiros nesses locais de modo a libertar o serviço Nacional de saúde (SNS).
A vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria de Gerontologia considera que o governo não acautelou no Verão o aparecimento de uma 2ª vaga e os idosos mais uma vez são o elo mais fraco. Lembra que a maioria dos idosos não vive em lares e nesta altura estão muitas vezes isolados e afastados dos seus familiares.
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Por isso considera que devia existir um esforço redobrado para salvaguardar a sua saúde mental. "Todos os dias ouvem que são os mais vulneráveis, que a probabilidade de contraírem o vírus e morrerem é maior". Por isso "a morte está muito presente todos os dias e como uma ameaça". "As pessoas vão ficando cada vez mais metidas consigo próprias e dizendo ' não sei se amanhã estou viva' ".Por isso, defende, " precisariam muito de uma ajuda psicológica".
Há cerca de 3 meses a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia sugeriu ao Governo a criação de uma comissão interministerial para a Covid-19 e as politicas do envelhecimento, uma sugestão até agora sem resposta.

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