Igreja de São Gonçalo em Amarante reabre esta segunda-feira de cara lavada

Monumento construído há quase 500 anos nunca tinha tido uma grande intervenção e apresentava muitos problemas.

A Igreja e o Claustro do Convento de São Gonçalo, em Amarante, reabrem, esta segunda-feira à tarde, de cara lavada. Para trás ficam 16 meses de portas fechadas para obras de reabilitação, conservação e restauro nos edifícios e no recheio artístico, nas quais foram gastos quase 2,2 milhões de euros.

As condições de conservação do conjunto monumental eram consideradas dramáticas e apelavam a uma intervenção de requalificação e valorização. Desde a sua construção, no século XVI, nunca se tinha realizado uma intervenção global no edifício. Os trabalhos agora concluídos incidiram em coberturas, pisos, paredes e vãos, bem como em retábulos, esculturas, pinturas murais, painéis azulejares, entre outras melhorias.

Quando, a partir das 16h00 desta segunda-feira, amarantinos e turistas puderem voltar a entrar na Igreja de São Gonçalo, vão notar muitas diferenças. A começar pelo altar-mor, que o pároco José Manuel Ferreira considera como a "joia da coroa" deste monumento nacional que "dentro de 18 anos vai completar cinco séculos desde o início da construção".

Do altar-mor, destaca o padre, "foram retirados mais de 100 quilos de poeiras". Assim se percebe a necessidade das obras a que foi sujeito durante quase um ano, para que "este elemento extraordinário" surja agora em todo o seu esplendor.

A entrada pela porta principal da igreja vai proporcionar "nova mobilidade" no templo, que passa a ter um novo elemento: uma obra escultórica composta pelo altar, o ambão e uma cadeira. São peças feitas em mármore.

No altar em forma de cubo estão gravados os 13 rostos dos participantes na Última Ceia (Jesus Cristo e os 12 apóstolos). O ambão apresenta os rostos dos quatro evangelistas. José Manuel Ferreira realça a riqueza artística da Igreja de São Gonçalo, que junta obras de todas as épocas desde o início da construção.

A cerimónia de reabertura coincide com a celebração do dia do padroeiro da cidade de Amarante. O beato Gonçalo, popularmente conhecido como São Gonçalo, viveu em Amarante e ali morreu, a 10 de janeiro de 1259. "Há muito sonhávamos que esta obra pudesse ser inaugurada no dia desta efeméride", sublinha o pároco.

O presidente da Câmara de Amarante, José Luís Gaspar, está convencido de que "o melhor postal que a cidade tem", um dos monumentos "mais visitados na zona Norte", vai agora contribuir para atrair muitos mais turistas.

O autarca nota que Amarante tem tido "um grande crescimento ao nível do turismo", à volta de "19% ao ano", o que quase duplica os "10% a nível nacional". Com a reabertura da Igreja e o Claustro do Convento de São Gonçalo, "o património religioso vai ganhar uma nova expressão". Até porque, sublinha, o santo padroeiro amarantino é "muito acarinhado em todo o Norte do país", bem como "na Galiza (Espanha) e na América do Sul, com destaque para o Brasil".

Para completar a remodelação da Igreja de São Gonçalo fica a faltar a uma revisão geral no órgão de tubos. Uma peça do século XVIII que foi restaurada há dez anos.

As obras que agora se concluem são a consequência de uma candidatura da paróquia de Amarante para a conservação e valorização do conjunto monumental que foi aprovada no final de 2019. Contou com financiamento do Programa Operacional da Região Norte. A obra contou com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, no acompanhamento, elaboração de projeto e na execução da obra, e a parceria da Câmara Municipal de Amarante.

O restauro contou também com o apoio de entidades privadas, como a Fundação Manuel António da Mota, e da comunidade amarantina.

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