"Interessa é saber se daqui a uns meses todos os portugueses têm médico de família"

Bastonário da Ordem dos Médicos sublinha o facto de, pela primeira vez, estar inscrito no Orçamento do Estado o trabalho extraordinário.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz que mais do que a verba que está destinada para o Serviço Nacional de Saúde no Orçamento do Estado para 2022, que não é suficiente e o preocupa, é saber se os portugueses têm todos médico de família.

"Para o SNS temos apenas cerca de 11 mil milhões de euros. Digo apenas porque era previsível que numa altura em que precisamos de mais apoios e temos imensas dificuldades em ter recursos humanos necessários para dar resposta, é evidente que estava à espera que este valor chegasse aos 12 mil milhões de euros para o SNS. O que me interessa é saber se daqui a uns meses, a partir do momento em que o Orçamento do Estado esteja aprovado e seja aplicado, todos os portugueses têm médico de família", explicou à TSF.

Miguel Guimarães sublinha ainda o facto de, pela primeira vez, estar inscrito no Orçamento do Estado o trabalho extraordinário.

"Parece-me que este Orçamento é insuficiente para as necessidades do SNS porque continuamos a basear aquilo que são as respostas do serviço de saúde nas horas extraordinárias dos médicos. É a primeira vez que vejo isto inscrito no Orçamento do Estado. Se os médicos fizerem entre 250 e 500 horas extraordinárias têm um acréscimo salarial de 25%. A legislação limita a 150 horas extraordinárias por ano por uma questão de proteção das pessoas e de segurança para os próprios médicos", acrescentou o bastonário da Ordem dos Médicos.

A proposta de Orçamento do Estado para 2022 prevê uma subida de mais de 700 milhões de euros do montante global para o setor da Saúde, com uma dotação de despesa total consolidada de 13.578,1 milhões de euros.

Segundo a proposta do Governo de António Costa, a receita total consolidada para 2022 cifra-se em 13.580,3 milhões de euros.

O Programa Orçamental para a Saúde apresenta um orçamento consolidado essencialmente repartido em despesas com pessoal (38,5%) e aquisição de bens e serviços (52,0%), adianta também a proposta, avançando que neste último agrupamento são registadas as compras de medicamentos, os meios complementares de diagnóstico e terapêutica e as parcerias público-privadas.

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