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A Infraestruturas de Portugal (IP) negou, esta segunda-feira, qualquer desrespeito pelas recomendações do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF).
Numa conferência de imprensa a partir do Pragal, o presidente da IP, António Laranjo, garante que o acidente que resultou na colisão entre o alfa pendular e um veículo de manutenção da catenária em Soure está a ser investigada internamente, numa "colaboração ativa com o GPIAAF".

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"A Linha do Norte, em particular este troço, está equipada com sistemas tecnologicamente avançados, dotados com mecanismos modernos de segurança, o que infelizmente não impediu a ocorrência deste acidente", admitiu o presidente da IP.
O acidente, que aconteceu depois de uma ultrapassagem de um sinal vermelho - e com a IP a recusar pronunciar-se sobre quaisquer causas para o sucedido - não terá, no entanto, sido caso único. O jornal Público revela que, desde 2010, houve 15 ultrapassagens de sinais vermelhos por parte de veículos de serviço da Infraestruturas de Portugal. O GPIAAF chegou a este número depois de, em 2016, um veiculo de serviço ter cruzado um sinal vermelho na estação Roma-Areeiro em Lisboa.
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As explicações da Infraestruturas de Portugal. Reportagem de Filipe Santa-Bárbara.
Sem referir-se diretamente a esta notícia, António Laranjo adiantou que "estando a ser veiculada, nos órgãos de comunicação social, informação que não é correta relativamente ao não-cumprimento, por parte da IP, de recomendações do GPIAAF (...) queremos nesta conferência de imprensa afirmar que a IP deu cumprimento a todas as recomendações emanadas por aquela entidade".
O líder da IP acrescentou também que essas recomendações tiveram "implementação imediata" e que a empresa "tem vindo a promover os procedimentos necessários para a execução das restantes".
Do acidente em Soure resultaram dois mortos - os dois ocupantes do veículo de manutenção - e o ferido que inspira maiores cuidados é o maquinista do alfa pendular.