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A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) confirmou esta quinta-feira que as inundações no distrito de Lisboa provocaram pelo menos uma vítima mortal em Algés, no concelho de Oeiras.
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Em conferência de imprensa, o comandante nacional André Fernandes indicou que a vítima, uma mulher com perto de 55 anos, estava "numa cave que foi inundada", e que habitava com um homem, que conseguiu salvar-se.
A Proteção Civil aconselha a população a não sair de casa "durante os períodos de precipitação intensa" e pede a quem viva "em zonas mais baixas e suscetíveis a sofrer inundação que procurem abrigo nas zonas mais altas dos edifícios".
Pelas 00h30, o IC20 estava cortado no acesso à Costa de Caparica, bem como a Radial de Benfica, em ambos os sentidos.
André Fernandes explica como surgiram estas inundações.
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No que respeita a vias férreas, a circulação estava interdita na Linha do Norte entre a Gare do Oriente e Alverca. O acesso às estações de Algés, Amadora, Campolide e Alcântara-Terra estava impedido por inundação.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou, esta quarta-feira, o distrito de Lisboa sob aviso vermelho para precipitação até às 2h00 desta quinta-feira, num nível de alerta que, em Faro e Santarém, se estende até às 3h00.
Estes três distritos ficam depois em aviso laranja até às 6h00, assim como os de Beja, Leiria e Setúbal.
Além destes avisos meteorológicos, a ANEPC elevou o estado de alerta para laranja nos distritos de Lisboa, Setúbal, Faro e Santarém até às 14h00 devido às chuvas fortes que se fazem sentir no continente.
O comandante André Fernandes disse ainda que Leiria, Beja, Évora e Portalegre encontram-se em alerta amarelo
Inundações nas ruas, Alcântara "alagada"
Várias zonas baixas da cidade de Lisboa estão esta noite inundadas e há carros parcialmente submersos, como é o caso da zona da estação de Alcântara-Terra.
Em direto na TSF, o presidente da junta de Alcântara, David Amado, descreveu inundações que chegaram a atingir o "metro e meio" de altura, por exemplo, na Rua da Fábrica da Pólvora. Vários restaurantes e lojas "ficaram alagados".
A freguesia chegou a estar "alagada", mas pouco depois das 00h00 algumas ruas já começavam a ficar "transitáveis", embora fosse pouco recomendável a circulação.
Ouça a entrevista em direto com David Amado, conduzida por Gabriela Batista.
Em caso de necessidade de atravessar a cidade, David Amado recomenda evitar Alcântara, a Avenida 24 de Julho e a zona da Estrela, sendo Monsanto a melhor opção.
Avenidas e túneis encerrados
Vários túneis e ruas em Lisboa tiveram de ser encerradas ao trânsito devido a inundações provocadas pelas chuvas fortes que assolam a capital portuguesa, adiantou à Lusa o comandante dos Sapadores Bombeiros de Lisboa, Tiago Lopes.
"Os túneis do Campo Grande, da zona do Campo Pequeno e da Avenida João XXI estão fechados. A Avenida 24 de julho também está interditada e Avenida de Berna também", disse Tiago Lopes.
Na área de Xabregas houve uma situação de pessoas retidas em veículos.
"Temos também no hospital Francisco Xavier um princípio de inundação e estamos juntamente com os Bombeiros Voluntários da Ajuda a dar o apoio. E temos no Teatro Nacional D. Maria II uma situação de inundação", acrescentou ainda antes das 00h00.
O comandante salientou também que na cidade há "pequenos focos de inundação quer no espaço privado, quer em espaço público", dizendo que "vai demorar um bocado até a água escoar toda", não tendo previsões para o fim dos trabalhos.
Questionado sobre se houve pessoas que tiveram que abandonar as suas casas devido a inundações, Tiago Lopes disse que não tinha registos.
"Tivemos algumas situações na via pública de pessoas que ficaram retidas nos veículos, mas em casa não", disse.
A Avenida Marginal, em Oeiras, entre Algés e Cruz Quebrada está encerrada ao trânsito. Em São Domingos de Rana, em Cascais, na Amadora e em Queluz, Sintra, também há varias ruas encerradas.
Em Odivelas, também foram registados casos de automóveis parcialmente cobertos pela água.
Esta noite, Tiago Lopes pediu aos lisboetas para não saírem de casa devido à formação de lençóis de água na estrada por causa das fortes chuvadas que se fazem sentir na cidade.