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O aumento de javalis nos campos do Alentejo está a deixar os produtores do porco preto em alerta máximo, perante a presença da peste suína em vários países da Europa, como é o caso do Bélgica. Alegam que os javalis são o maior foco de propagação da doença nos dias hoje, perante uma população tão elevada e sem controlo entre Portugal e Espanha.
A preocupação foi manifestada à TSF pelo presidente da Associação de Criadores do Porco Alentejano, Nuno Faustino, para quem é chegada a hora de fazer o controlo do javali em Portugal, com recurso à caça, como forma de procurar reduzir, ao máximo, o perigo de contágio.
Ouça a reportagem do jornalista Roberto Dores
O dirigente recorda que a peste suína africana não é transmissível aos seres humanos - embora seja mortal para os animais - mas acrescenta que a sua entrada em Portugal teria implicações "muito graves" na economia do setor, sobretudo no Alentejo onde estimativas apontam para cerca de 35 mil porcos de montanheira.
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"Era um problema económico brutal para todas as explorações de Portugal e mais grave para o porco alentejano, que exporta mais de 90% da produção para Espanha. Significava que as exportações ficavam impedidas de acontecer", admite Nuno Faustino.
O mesmo representante lança ainda um olhar sobre a crise da peste suína africana nos países asiáticos, com o abate de milhões de animais, para garantir que Portugal tem aproveitado essa oportunidade. "Nos negócios, a azar de uns é sorte de outros", diz, garantindo ser provável que o nosso país até venha a criar mais unidades industriais de abate e transformação de suínos para responder aos desafios de mercados como a China.