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Joe Berardo está a reclamar 900 milhões de euros por alegada desinformação de vários bancos portugueses. Numa notícia avançada pelo Diário de Notícias (DN), o empresário pede cerca de 800 milhões de euros para compensar a Fundação José Berardo, que se viu "despojada" para pagar as dívidas que contraiu junto dos bancos, e mais 100 milhões por "danos morais" na sua vida profissional e pessoal.
A ação do comendador da Ordem do Infante D. Henrique, registada no Citius, deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa contra o BCP, a CGD, o BES e o Novo Banco (NB), onde Joe Berardo alega que foi enganado "acerca das circunstâncias relativas à situação interna dos bancos - especialmente o BCP - e do sistema financeiro português, em que a Fundação contraiu empréstimos para a aquisição de participação qualificada no BCP".
Além disso, também aponta a culpa aos bancos, pelas ações empenhadas como garantia dos empréstimos terem perdido valor porque não cumpriram "a obrigação de as executar na altura devida".
Berardo, como considera que já não tem dívidas, "por terem já sido vendidas as ações do BCP empenhadas e aplicado o produto da venda no pagamento dos créditos dos bancos", o empresário alega que foi vítima de "uma verdadeira subversão da realidade, manipulada pelos bancos, ao serviço da sua desresponsabilização e em conluio com o Estado, ao serviço da ilegítima pretensão de apropriação da Coleção Berardo".
Agora, com o processo com que se apresenta a tribunal, o comendador explica que não quer "transportar para os tribunais questões de grande melindre para os bancos e para o próprio Banco de Portugal" e que tentou encontrar uma solução antes da ação.
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"Nessa negociação, que se manteve mesmo depois da instauração de execuções pelos bancos, foi alcançado um princípio de acordo, que teve expressão num documento produzido pelo Novo Banco e que mereceu, no essencial, o consenso do comendador e dos bancos, devendo constituir a base do acordo a formalizar", explica.
No documento ao qual o DN teve acesso, na plataforma Citius, a defesa de Joe Berardo acredita que o acordo não se terá concretizado porque o empresário se tornou num "alvo a abater" após ser presente a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que, diz, apesar do requerimento deferido para que decorresse à porta fechada, foi bastante divulgada pelos media. "Um inadmissível ato de deslealdade do presidente da CPI", conclui.
Usando a Comissão Parlamentar de Inquérito como pano de fundo, Berardo diz que se fez um "julgamento popular, sem relevância para apurar responsabilidades de gestão da CGD e das razões da recapitalização". Por isso, o próprio acredita que foi desacreditado levou-se a opinião pública a acreditar ser ele o responsável pelos prejuízos registados pelos bancos. Culpa que o empresário recusa, revelando já ter pago "aos bancos mais de 230 milhões" e que quer "concluir a negociação para pagar tudo o efetivamente devido".