Maior número desde 1996. Candidatos ao ensino superior ultrapassam os 63 mil

O ministério estima que o número de novos ingressos no ensino superior "em todos os ciclos de estudos, públicos e privados, atinja cerca de 90 mil novos estudantes matriculados no próximo ano letivo de 2021/2022".

Mais de 63 mil estudantes candidataram-se à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior público, o maior número desde 1996, anunciou este sábado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Um total de "63.878 estudantes candidataram-se à 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior público para o ano letivo de 2021-2022, representando um aumento de 1.203 candidatos face ao período homólogo de 2020 (altura em que se candidataram 62.675 estudantes)", informou o ministério, em comunicado.

De acordo com a tutela, o número de candidatos "volta a atingir um novo máximo e é também o mais elevado desde 1996", ano em que atingiu os 68.798.

Ouvido pela TSF, o ministro do Ensino Superior lembrou que já no ano passado o Governo abriu mais de 4700 vagas excecionais. Manuel Heitor admitiu que não seja necessário abrir tantas vagas, mas adianta que devem ser abertos pelo menos mais 2 mil lugares.

O ministro garantiu também que ninguém vai ficar de fora. Manuel Heitor já começou a trabalhar no processo, para abrir mais vagas no próximo ano letivo.

Também em declarações à TSF, o presidente do conselho coordenador dos Institutos Politécnicos, Pedro Dominguinhos, garante que os institutos estão prontos para responder ao desafio.

"Os politécnicos estão preparados para analisar tudo aquilo que sejam as vagas não ocupadas dos concursos especiais e do estudante internacional para responder a este desafio importante que a sociedade nos coloca de aumentar as vagas no ensino superior até às 1800/2000 vagas", explica.

Pedro Dominguinhos salienta que se deve tirar outra lição do aumento de candidatos em dois anos consecutivos. O presidente dos Politécnicos sugere que se deve repensar os exames exigidos aos estudantes.

"Por causa da pandemia, tivemos dois anos consecutivos em que os estudantes tiveram apenas que fazer exames às disciplinas para ingresso no ensino superior e que nos deve fazer refletir se não vale a pena olhar para este novo sistema e torná-lo como um modus operandi e não obrigar os estudantes a fazer exames a todas as disciplinas de conclusão do 12º ano", refere, acrescentando que "ficou demonstrado que em dois anos aumentámos em mais de 20% as candidaturas ao ensino superior".

O ministério estima que o número de novos ingressos no ensino superior "em todos os ciclos de estudos, públicos e privados, atinja cerca de 90 mil novos estudantes matriculados no próximo ano letivo de 2021/2022", contra 87 mil no ano passado.

Estes dados incluem o CNA que, segundo o ministério, representa cerca de dois terços dos ingressos, outras formas de entrada no sistema público, formações curtas (cursos técnicos superiores profissionais) e sistema privado.

Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso serão divulgados em 27 de Setembro, no sítio da Direção-Geral do Ensino Superior.

Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o aumento de candidatos "demonstra uma confiança crescente dos jovens e das suas famílias na formação superior, nas instituições e nas vantagens decorrentes da qualificação superior, o que assume particular relevância no contexto do processo em curso de recuperação económica e social na sequencia da crise internacional associada à pandemia" de Covid-19.

O ministério aponta ainda que o número crescente de candidaturas ao ensino superior público "ganha especial importância no ano em que cresceu, pelo quarto ano consecutivo, o número de diplomados pelo ensino superior, atingindo um novo máximo anual de 86 mil novos diplomas em 2019/2020".

"Ao mesmo tempo, a taxa de escolaridade do ensino superior da população residente entre os 30 e os 34 anos atingiu os 45,5% no 2º trimestre de 2021, reforçando a tendência crescente dos últimos anos", acrescenta-se na nota.

No documento, a tutela sublinha que o aumento de candidatos "segue em linha com o objetivo de alargar a base social de apoio ao ensino superior" e de atingir a meta de "seis em cada dez jovens de 20 anos no Ensino Superior até 2030", "garantindo atingir 50% de graduados de educação terciária na faixa etária dos 30-34 anos".

"A relevância da qualificação superior deve ainda ser analisada face à diminuição na taxa de desemprego dos recém-diplomados, tendo decrescido de valores médios acima de 8% no segundo semestre de 2015 para 4.6% em 2020 (diplomados de ensino público), de acordo com dados do Portal Infocursos", frisa o ministério.

*Atualizado às 12h25

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