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Os médicos de família têm notado nos utentes mais reticências para tomarem a terceira dose da vacina contra a Covid-19. O presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar considera que não tem ajudado a forma como tem sido transmitido para a opinião pública as medidas e os timings.
"Têm sido colocadas mais questões sobre a necessidade de tomar a terceira dose da vacina", em relação ao que se verificou na primeira e segundas doses. Na opinião de Nuno Jacinto esta situação deve-se a " uma comunicação que não terá sido a melhor". "Quando vamos transmitindo informação a conta-gotas isso obviamente cria dúvidas", enfatiza.
O médico duvida também que se consiga alcançar a meta de um milhão e 500 mil pessoas vacinadas até meados de dezembro, como anunciou a Direção Geral de Saúde." Se nós fizéssemos só vacinação, certamente essa meta seria atingida", adianta. No entanto, o serviço nos centros de saúde é muito mais do que vacinar pessoas e "está a fazer-se omeletes sem ovos".
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Muitos centros de vacinação foram desativados no país, passando o processo a realizar-se nos centros de saúde onde são administradas em simultâneo as vacinas contra a Covid-19 e a gripe. A Associação de Medicina Geral e Familiar considera que, com a falta de recursos humanos existente, será difícil cumprir os objetivos propostos. "Percebemos que no início da pandemia era necessário haver uma adaptação e ninguém estava preparado, mas passou mais de um ano e meio!", afirma.
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Nuno Jacinto considera que "não se pode continuar a achar que se atribuem todas as tarefas aos centros de saúde e que a atividade tem que se manter, como se nada existisse". "Se não se fizer planos, vamos continuar a tapar buracos", conclui.
De qualquer forma, a DGS garante uma aceleração no processo a partir desta semana e afirma que até ao momento já tomaram a dose de reforço contra a Covid-19 mais de 350 mil pessoas.