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O Bastonário da Ordem dos Médicos não compreende a decisão de encerrar o bloco de partos de Beja durante o próximo fim de semana de Ano Novo. Miguel Guimarães considera este caso preocupante, porque o distrito é muito grande e podem estar em causa deslocações de mais de uma hora para grávidas que precisem de cuidados médicos urgentes.
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"Eu tenho muitas dificuldades em entender a decisão, porque nas áreas mais interiores e que ficam afastadas das outras maternidades, sejam elas quais forem, nós temos que reforçar essas maternidades", afirma, em declarações à TSF.
Miguel Guimarães considera que é necessário "criar condições" para maternidades como a de Beja ou Portalegre, visto que são cidades que "ficam muito distantes" e "têm que ter uma solução diferente".
Beja é "um distrito muito grande", refere o bastonário. "Se forem de uma aldeia relativamente próxima de Beja e Évora ou mais junto ao litoral alentejano é uma coisa, se for mesmo no interior é completamente diferente e podem perder mais de uma hora para chegarem a uma maternidade. Se for um caso urgente é complicado."
Ouça as declarações de Miguel Guimarães à TSF
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Para Miguel Guimarães, o encerramento dos blocos de parto durante o fim de semana do Ano Novo mostra que a direção executiva do SNS ainda não conseguiu tomar as medidas necessárias para ter o sistema organizado.
"O facto de estarem a fechar maternidades e serviços de urgência mostra na realidade que há imensas dificuldades no SNS", explica, sublinhando que "as coisas não estão bem".
"O que é mais importante e que a direção executiva garante é a segurança clínica e qualidade. São dois aspetos cruciais para as grávidas terem confiança naquilo que é o serviço que está a ser oferecido", acrescenta.
Os blocos de parto dos hospitais de Caldas da Rainha, Loures, Barreiro, Beja e Portimão vão estar encerrados entre as 08h00 de sexta-feira e as 08h00 de 2 de janeiro, divulgou na segunda-feira a tutela.
A funcionarem sem interrupção estarão 33 maternidades - 13 no Norte, sete no Centro, 10 em Lisboa e Vale do Tejo, duas no Alentejo e uma no Algarve.