Manifestação com almofadas. Estudantes da UTAD querem mais camas para o interior

Para o presidente da associação de estudantes, o ensino superior da região necessitaria de, pelo menos, 300 camas para os alunos da academia transmontana.

Os alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro vão estar em protesto esta quinta-feira contra a falta de alojamento para os estudantes deslocados. Esta manifestação será, de acordo com José Pinheiro, presidente da associação de estudantes, marcado pela presença de almofadas, que simbolizam a falta de apoio que estes alunos dizem sentir.

"Vamos colocar tecido do lado da Câmara Municipal a simular camas, e vamos pedir a todos os alunos da academia que tragam almofadas a representar as 600 camas que foram anunciadas pelo Governo, os tais 4% que foram anunciados a 31 de agosto, mas que não chegaram a Trás-os-Montes e raramente ao interior", conta José Pinheiro, ouvido pela TSF.

Para o presidente da associação de estudantes, o ensino superior da região necessitaria de, pelo menos, 300 camas para os alunos da academia transmontana, uma medida que poderia também ajudar a conseguir uma descida do preço do alojamento em Vila Real. "Tem de haver uma aposta naquilo que é o alojamento público em Vila Real, até para desinflacionar o privado. Há cinco anos, os estudantes transmontanos pagavam entre 100 e 125 euros, e esse valor escalou muito rapidamente para os 180 a 200 euros", explica.

O estudante acredita que tem havido um desinvestimento no ensino superior do interior do país: "Covilhã e Braga não tiveram aumento de camas. Aveiro teve um aumento de 8%." Numa zona em que "40 a 45% dos estudantes são bolseiros", tem proliferado, segundo José Pinheiro, o "alojamento não-regularizado".

"Soube de casos de alunos dos Açores e da Madeira que tiveram de voltar para as ilhas por não terem alojamento. Não têm direito ao ensino superior porque este não é democratizado", denuncia o presidente da associação de estudantes.

O reitor da UTAD diz que tem estado "a conversar com os estudantes ao longo do tempo", e que a "manifestação é um sinal de alerta por parte dos estudantes".

"Tenho a noção clara de que este é um problema de amplitude nacional que tem atravessado vários governos. Se formos olhar para a data em que houve investimentos na ação social, foi há mais de uma década", assinala Fontainhas Fernandes, que apela para serem introduzidas "soluções alternativas para implementar já no próximo ano letivo".

O representante da universidade refere que tem em vista "duas soluções de património do Estado que pode ser requalificado", e deixa um alerta: "Se tivéssemos a autorização de financiamento nos próximos dois a três meses, no próximo ano, já poderíamos arrancar no próximo ano letivo. Era preciso dar um novo impulso a um plano que o Governo - e bem - traçou para o alojamento."

"Estamos a falar de um milhão e meio de euros para introduzir 200 novas camas, e mais 70, com um esforço adicional, na pousada da juventude", esclarece o presidente do Conselho de Reitores.

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