Médicos de saúde pública defendem equipas rápidas de diagnóstico em toda a comunidade

Ricardo Mexia alerta, no entanto, para a escassez de profissionais na área da saúde pública.

A Associação de Médicos de Saúde Pública defende a criação de equipas rápidas para atuarem nas escolas e na comunidade. O número de infetados em Portugal tem aumentado, na véspera do regresso às aulas de milhares de alunos.

O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, admite, no entanto, que no imediato é preciso limitar os contactos de risco.

"As medidas implementadas pelo Governo vão ao encontro da redução do risco. Ainda assim, o tempo dirá se são suficientes. Há uma componente que não foi anunciada, que é o reforço da capacidade. Falou-se de equipas para os lares, mas o controlo na comunidade e nas escolas também tem de ser salvaguardado", afirma em declarações à TSF.

Ricardo Mexia pede, por isso, ao Governo que implemente um conjunto de equipas que se deslocam rapidamente ao local, perante o surgimento de casos. O objetivo é identificar os suspeitos e fazer o diagnóstico num curto espaço de tempo.

Perante as medidas anunciadas por António Costa, Ricardo Mexia queria ter ouvido o primeiro-ministro a anunciar um reforço de meios. Admite, no entanto, que já não há mais médicos de saúde pública no país.

"Há médicos e enfermeiros que estão disponíveis para trabalhar e dar esta resposta. Todos gostávamos que existissem mais médicos de saúde pública para fazer este trabalho. Não havendo, temos de encontrar alternativas", indica.

A formação de médicos de saúde pública demora vários anos. Os que existem estão num regime de quase "escravidão". "Estão sujeitos a um regime de disponibilidade permanente, tem de se apresentar ao trabalho sempre que são solicitadas. Durante a pandemia, estão praticamente num contexto de escravatura. Trabalham horas infindas sem ver remuneração", acusa.

O Governo anunciou esta quinta-feira a criação de brigadas distritais de intervenção rápida para contenção e estabilização de surtos de Covid-19 em lares de idosos.

De acordo com o Executivo, estas brigadas distritais de intervenção rápida para contenção e estabilização de surtos em lares envolvem médicos e enfermeiros.

Esta quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou mais 585 casos de Covid-19, e três mortes. Na quarta-feira, Portugal registou o maior número de novos casos diários desde 20 de abril, com 646 infetados.

O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) encontra-se atualmente nos 1,12, um valor considerado de risco.

A situação epidemiológica em Portugal agravou-se desde meados de agosto, de acordo com um estudo da DGS e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, tendo sido registadas 3909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto.

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