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Os lares deviam ser obrigados a ter um médico em permanência. É isso que defende a Associação dos Médicos dos Idosos Institucionalizados, que tem, este sábado, a primeira reunião, e que vai contar com uma mensagem gravada do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
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O médico João Gorjão Clara, presidente da nova associação, explica, em declarações à TSF, as regras que existem nesta altura e que deviam ser reformuladas.
"Existe obrigatoriedade de ter um corpo de acompanhamento dos idosos institucionalizados, que exige sempre um enfermeiro e outro pessoal, mas que não exige nunca a presença de um médico, o que quer dizer que os idosos institucionalizados não têm a garantia de que possam ter assistência médica durante a sua permanência na ERPI [Estruturas Residenciais para Idosos]", explica.
Foi isso que fez com que João Gorjão Clara tomasse a iniciativa de criar "uma associação que defendesse junto da tutela a necessidade de mudar as condições de criação das ERPI, obrigando, pela lei, a que todos os lares e casas de repouso dispusessem de um médico que prestasse assistência aos idosos que estão institucionalizados".
Ouça aqui as declarações de João Gorjão Clara à TSF
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O antigo professor de geriatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa defende ainda outras duas medidas: "Que os médicos que prestam assistência aos idosos institucionalizados tivessem preparação suficiente para serem competentes e a humanização das instituições, de maneira a que os idosos institucionalizados possam ter condições de permanência, isto é, tenham atividades lúdicas, estimulação cognitiva, liberdade de deslocação, capacidade de conviver de uma maneira diferente daquilo que a maior parte das ERPI oferecem."
Em Portugal, há cerca de 3500 lares, onde vivem mais de 100 mil seniores. Na primeira reunião da Associação dos Médicos dos Idosos Institucionalizados, a aposta vai para a formação.
"Esta reunião pretende começar a formação e a otimização da assistência aos idosos com a formação dos médicos que dão assistência aos idosos institucionalizados", adianta.
"Depois, a ideia é ser recebido pela tutela e fazer a divulgação junto da população de que devem privilegiar as ERPI que têm melhores condições de assistência e de acompanhamento", acrescenta.
A reunião deste sábado decorre online e estão inscritos cerca de 75 médicos.