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Anunciado que começam esta terça ou quarta-feira as visitas do Presidente da República aos serviços de urgência de vários hospitais do país, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) esperam que a oportunidade seja bem aproveitada.
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Ao final desta manhã, em Ourém, Marcelo Rebelo de Sousa declarou deverá iniciar deslocações a hospitais esta semana para se inteirar das razões dos constrangimentos que têm sido registados nas urgências de diversas unidades.
"Já amanhã [terça] ou depois de amanhã [quarta-feira] terei a oportunidade, obviamente acompanhado pelo Governo, de começar a voltar a contactar com a realidade da saúde", afirmou em Ourém (Santarém).
Em declarações à TSF, o presidente do SIM tem a expectativa de que as visitas de Marcelo deem frutos, desde que cumpram algumas condições. A primeira é a de que "não se avise os locais onde o senhor Presidente da República irá", isto é, "que seja totalmente surpresa" para evitar que se "aproveite a circunstância para tentar mitigar o problema".
Roque da Cunha defende que locais visitados não devem ser avisados previamente.
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Roque da Cunha aconselha até o chefe de Estado a "pedir as escalas desses serviços de urgência na última semana" e espera que os conselhos de administração dos hospitais "não tenham a atitude habitual de fingir que está tudo bem". Avisa até que, no limite, pode acontecer o que "na gíria" é há muitos anos conhecido pelos médicos como "limpar os corredores das macas".
A FNAM, por Joana Bordalo e Sá, também espera ver nascer destas visitas argumentos para ajudar os médicos. O processo negocial com o Governo, assinala na TSF, "está a ir muito, muito lento". Tanto, aliás, "que os médicos continuam a sair do Serviço Nacional de Saúde todos os dias", uma "debandada que tem de parar".
A federação gostava que as visitas de Marcelo ajudassem a "alertar para este facto", trazendo "a realidade" a público de forma ajudar "estas negociações a chegar a bom porto".
Joana Bordalo e Sá alerta para a necessidade de acelerar negociações.
Na quarta-feira, em Abrantes, o Presidente da República manifestou a intenção de visitar em breve os serviços de urgência dos hospitais, para observar "a evolução dos acontecimentos" num momento que têm sido registados cada vez mais constrangimentos no país.
"Tenciono, nos próximos dias e próximas semanas, ir ver nos locais, desde que isso não prejudique os serviços de saúde, a evolução dos acontecimentos", antecipou, afirmando que irá partilhar, "dentro de dez dias a duas semanas", as conclusões do que vier a observar.