Metade dos profissionais em teletrabalho foram sujeitos a vigilância ilegal

O coordenador do "Estudo sobre o teletrabalho e os seus desafios na nova conjuntura" alerta ainda para o facto de haver trabalhadores que pretendiam ficar em teletrabalho, mas as empresas não o permitem.

Metade dos trabalhadores que estiveram ou estão em teletrabalho foram sujeitos a vigilância ilegal por parte das empresas para as quais desempenham funções, conclui o "Estudo sobre o teletrabalho e os seus desafios na nova conjuntura", que vai ser apresentado esta terça-feira pela UGT e que foi coordenado por Paulo Pedroso. Segundo o sociólogo, esta investigação permitiu perceber que, antes de ser obrigatório, o teletrabalho era residual.

"As pessoas inquiridas responderam que foram usados softwares que, de acordo com a Comissão Nacional de Proteção de Dados, não devem poder ser usados porque são invasivos da privacidade. Não é a situação maioritária, mas ganha uma expressão significativa. Por outro lado, o estudo permitiu perceber que antes do teletrabalho obrigatório o teletrabalho em Portugal era residual, mas muitas das pessoas que passaram por teletrabalho têm preferência por regimes de trabalho hibrido, assim como nos permitiu perceber que há uma diferença de atitude fundamental face ao teletrabalho entre aqueles que passaram pela experiência nos últimos tempos e que são 15% das pessoas que inquirimos e aqueles que não passaram e têm bastantes mais receios dos efeitos negativos", explicou à TSF Paulo Pedroso.

O coordenador do estudo alerta ainda para o facto de haver trabalhadores que pretendiam ficar em teletrabalho, mas as empresas não o permitem.

"Há que saber reforçar a vigilância para saber se essas orientações da Comissão Nacional de Proteção de Dados estão ou não a ser cumpridas, mas isto revela uma atitude de controlo sobre o teletrabalhador que é um pouco anacrónica porque a perspetiva que o teletrabalho tem é muito do acompanhamento do cumprimento de objetivos e não o de um controlo minucioso, em tempo real. Um dos outros dados que até surpreendeu no estudo é que há pessoas que gostariam de estar em teletrabalho e são as empresas que não o permitem. Não há uma atitude uniforme de abertura ao teletrabalho por parte das entidades patronais", acrescentou o coordenador do estudo.

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