Ministério da Educação recebe mil pedidos por semana para substituir professores que pediram baixa

João Costa garante que o Governo está a fazer tudo para colmatar as dificuldades no que toca à falta de professores nas escolas do país, mas a realidade, gerida semana a semana, está ser desafiante.

O ministro da Educação, João Costa, reafirmou esta segunda-feira que 90% das necessidades de professores se concentram em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve e que, apesar do processo de substituição de docentes ser ágil, ele é também "dinâmico": todas as semanas estão a chegar cerca de mil pedidos para substituir baixas médicas, precisou o governante.

João Costa, que falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma escola de Santo Tirso, realçou que está a ser feito um trabalho de proximidade e a "ultimar o trabalho para permitir as acumulações entre escolas de uma forma mais fácil".

Além disso, a tutela está também a "divulgar os horários que estão disponíveis de uma forma mais ampla junto das instituições de ensino superior".

Questionado sobre se a situação pode ficar resolvida desta forma, o ministro respondeu que o Governo está a trabalhar semana a semana para atingir esse objetivo, mas a realidade está a ser desafiante.

"Estamos a fazer tudo para que, a cada semana, estejamos sempre a colmatar as dificuldades que existem", mas "todas as semanas nos estão a chegar novos pedidos de professores", disse o governante, assinalando que, ainda assim, os horários preenchidos e com professores mantêm-se nos 97%".

Em agosto, início de setembro, aproximou-se dos 100%.

Seja como for, "um aluno sem aulas é um aluno a mais", frisou o ministro. "Estamos sempre a responder o processo de substituição de professores é um processo ágil. As escolas fazem a indicação de necessidades à terça-feira e à sexta os professores são colocados", acrescentou.

Professores por deslocar "querem trabalhar"

Pela Fenprof, Mário Nogueira reconhece que, embora estes mil pedidos por semana sejam preocupantes, "não são o principal fator" para impedir que as aulas se realizem, mas sim a falha em deslocar professores para locais em que reúnam condições para trabalhar.

Em declarações à TSF, realça que, "há pouco tempo, teve lugar um procedimento para a deslocação de professores que têm doenças incapacitantes devidamente comprovadas" e que, neste mesmo processo, foram identificados "7500 professores que tinham, de facto, essas doenças.

O problema adensa-se, explica Mário Nogueira, porque o ministério "deixou de fora, sem deslocar para escolas onde esses professores poderiam de facto estar a trabalhar, quase 3000" docentes.

"É natural que, se esses professores se deslocassem para as escolas onde estariam perto das suas áreas de residência ou das suas áreas de tratamento e das unidades hospitalares, esses professores não estariam a meter baixa, porque eles querem trabalhar", garante.

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