- Comentar
O doente que agrediu uma médica do Hospital de Faro já foi ouvido pelo Ministério Público e obrigado a ficar no internamento de psiquiatria.
O utente é suspeito do crime de homicídio qualificado tentado por ter desferido uma pancada na cabeça da médica com uma garrafa de oxigénio quando aguardava a sua vez no serviço de urgência. Segundo o Ministério Público, quando a médica já se encontrava no chão voltou a agredi-la,
só parando quando foi agarrado por outros médicos. Este é um dos muitos casos de violência contra profissionais de saúde relatados. Segundo o jornal Público, que cita a Direção-Geral de Saúde, foram relatados 637 casos só nos primeiros seis meses do ano.
Ouça a peça de Maria Augusta Casaca
O bastonário da Ordem dos Médicos considera que, por vezes, os utentes têm razão por esperarem tanto tempo, mas considera que tudo é consequência "do estado atual do Serviço Nacional de Saúde". "Todos os anos temos chamado a atenção do Ministério da Saúde de que é preciso fazer alguma coisa", sublinha Miguel Guimarães.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
O bastonário defende que os médicos não podem ficar à mercê da violência."É preciso garantir segurança efetiva nos locais de trabalho", afirma.
O bastonário lembra que a Ordem já publicou também um regulamento a recomendar os tempos necessários de consulta, documento que ainda não foi posto em prática. Perante situações como a que se verificou no Hospital de Faro, Miguel Guimarães deixa um alerta: "Eu só espero que não seja necessário acontecer uma morte, porque já há agressões com armas de fogo, para que depois o Presidente da República, o primeiro-ministro e a Ministra da Saúde venham lamentar sem que nada tenha sido feito", conclui.