Momento político deve servir para resolver problema da produtividade, diz Assis

Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social, afirma que a estabilidade política é um momento único para resolver as questões estruturais.

Francisco Assis considera que o momento de estabilidade política, com uma maioria do Partido Socialista, é uma oportunidade única para resolver os problemas estruturais do país, nomeadamente a questão da produtividade.

Comentando na TSF o estudo da Fundação José Neves sobre o salário dos trabalhadores com ensino superior, o presidente do Conselho Económico e Social (CES) realçou que o país tem agora "um horizonte de estabilidade política" que deve ser aproveitado. "O que me parece fundamental é [que haja] uma articulação de esforços, no sentido, quer do ponto de vista da reflexão que temos de fazer, quer do ponto de vista das decisões que temos de tomar, na perspetiva de procurarmos resolver estas nossas insuficiências estruturais, e uma delas tem que ver com a produtividade. Na produtividade está tudo", sublinhou.

Francisco Assis destacou ainda a importância da formação, apesar de sublinhar que, depois da aposta quantitativa, é preciso apostar agora na qualidade da formação. "Nós evoluímos quantitativamente, e agora é necessário fazer uma avaliação qualitativa. Temos muito mais gente licenciada e temos de saber em que tipo de licenciaturas, se não haverá licenciados a mais em determinadas áreas e licenciados a menos em outras áreas, onde há mais necessidades no mercado de trabalho" afirmou o presidente do CES.

Ainda assim, Francisco Assis reconhece que "continuamos a ter uma diferença muito grande em relação a outros países europeus". "Isso deve-se, seguramente, a fatores que têm a ver com o modelo de organização. Isso é um problema que é geral que afeta quer o Estado, quer o mundo privado. É um problema geral do país, que já vem de trás, e que contribui para tenhamos uma produtividade muito mais baixa que a de outros países europeus e que afeta a nossa capacidade de crescimento económico", frisou Assis.

Paulo Marques, do Observatório do emprego jovem, considera que as empresas não acompanharam a qualificação dos jovens.

"Temos tido um crescimento muito significativo das qualificações, mas o nosso tecido económico não tem tido uma transformação ao mesmo ritmo", aponta, em declarações à TSF.

Setores como a hotelaria, restauração ou imobiliário criam muito emprego, mas não têm capacidade para absorver jovens qualificados.

Maria José Fernandes, do Conselho coordenadora dos Institutos politécnicos, reconhece que, apesar de ser importante, a questão remuneratória não é determinante para reter os trabalhadores nas empresas.

De acordo com o relatório da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal", da Fundação José Neves, os salários dos trabalhadores com ensino superior caíram, em média, 11% na última década, e recuaram 3% para os que têm o secundário.

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