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A Direção-Geral da Saúde (DGS) concluiu que a idade das mães e a existência de doenças graves foram determinantes na mortalidade materna registada nos últimos dois anos. Das 26 mulheres que morreram em 2017 e 2018, a maioria tinha mais de 35 anos ou doenças anteriores à gravidez.
A diretora-geral da Saúde revelou, esta manhã, que, após serem estudados os casos de mortes maternas ocorridos nos últimos anos, foi possível identificar dois padrões de incidência.
"Em 2018, tínhamos 15 casos e, em 2017, tínhamos 11 - no total, foram analisados 26 casos. Fomos ver os processos clínicos aos hospitais onde foram notificados os óbitos e, nestes números, encontramos, sobretudo, dois padrões muito importantes", começou por explicar Graça Freitas. "O primeiro são as mulheres que engravidam depois dos 35 anos - há estudos que provam que, a partir daí, o risco é aumentado, o que já sabíamos."

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Graça Freitas notou que as mulheres mais velhas levam, habitualmente, a gravidez "até ao termo" e que grande parte dos óbitos das mães destas faixas etárias "ocorrem já no puerpério", ou seja, nos dias que se seguem ao parto.
O segundo padrão identificado pela Direção-Geral da Saúde quanto à mortalidade materna foi a prevalência em "mulheres jovens portadores de doenças graves", como "hemorragias, tromboembolias, hipertensão e doenças pulmonares".
A diretora-geral da Saúde revelou os padrões identificados em relação à mortalidade materna
As mulheres portuguesas estão entre aquelas que mais morrem durante a gravidez ou o parto, em toda a Europa. Portugal é o quarto país europeu onde esta mortalidade é mais elevada, ficando apenas atrás da Estónia, da Hungria e da Letónia.
A taxa de mortalidade materna não atingia valores tão altos desde 1991, quando se registaram 12 mortes de mulheres por cada 100 mil nascimentos.

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Por este motivo, a diretora-geral da Saúde defende que é necessário criar "um sistema de alerta na mortalidade materna", com "uma comissão permanente", que permita estudar este fenómeno, e que as mulheres sejam acompanhadas de perto "pelos médicos, pelo planeamento familiar e pela saúde preconcecional e, depois, pelos serviços de obstetrícia".
Graça Freitas defende o acompanhamento permanente das futuras mães
Notícia atualizada às 13h36