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A mortalidade por Covid-19 aumentou 47% numa semana, fixando-se agora nos 37,6 óbitos por um milhão de habitantes, valor superior ao definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), alertou esta sexta-feira o relatório das "linhas vermelhas".
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"A 19 de janeiro de 2022, a mortalidade específica por COVID-19 registou um valor de 37,6 óbitos em 14 dias por 1.000.000 habitantes, o que corresponde a um aumento de 47% relativamente ao último relatório", indica o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
De acordo com as "linhas vermelhas", os 47% assinalam uma "tendência crescente do impacto da pandemia na mortalidade".

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Em relação ao número de pessoas infetadas internadas nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), as autoridades de saúde revelaram uma tendência estável com 152 doentes, correspondendo a 60% (na última semana foi de 64%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas.
"O grupo etário com maior número de casos de covid-19 internados em UCI é o de 60 aos 79 anos [81 casos neste grupo a 19/01/2022], no qual se observa uma tendência decrescente a estável na última semana", lê-se no relatório.
As "linhas vermelhas" referem ainda que proporção de testes positivos para a Covid-19 nos últimos sete dias foi de 15,5%, quando tinha registado 14,0% na semana anterior, valor que continua acima do limiar dos 4,0% e com tendência crescente.
O total de testes realizados nos últimos sete dias foi de 1.840.967.
A análise de risco da pandemia adianta também que o número de infeções por SARS-CoV-2, por 100 mil habitantes acumulado nos últimos 14 dias, foi de 5.053, com tendência crescente a nível nacional e em todas as regiões.
"Há uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários. O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo etário dos indivíduos entre os 20 e 29 anos [7.288 casos por 100.000 habitantes)", anota o relatório.
Já o índice de transmissibilidade (Rt) fixa-se nos 1,10 a nível nacional, com as regiões Norte e Algarve a apresentarem o valor mais elevado neste indicado (1,14).
"A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência crescente a nível nacional. A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados", sustentam as "linhas vermelhas".
O documento recorda ainda que "dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a provável menor gravidade da doença provocada pela variante Ómicron (BA.1), é expectável impacto na sociedade em termos de absentismo escolar e laboral, um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade, recomendando-se a manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço".
A Covid-19 provocou pelo menos 5,57 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.496 pessoas e foram contabilizados 2.118.125 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.