Mulheres "estiveram mais resguardadas." Pandemia e teletrabalho fizeram descer prematuridade

Dia 17 de novembro marca o dia internacional do bebé prematuro e da prematuridade. Na opinião da presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia, Cármen Carvalho, os bebés de "grande prematuridade" têm sempre de ser assistidos em "hospitais diferenciados" e nunca em "periféricos".

Assinala-se, esta quinta-feira, o dia internacional do bebé prematuro e da prematuridade. De acordo com dados da Sociedade Portuguesa de Neonatologia, a nível mundial, cerca de 11% dos partos são pré-termo, ou seja, bebés que nascem antes das 37 semanas.

Anualmente, nascem 15 milhões de bebés prematuros, ou seja, um em cada 10 nascimentos é antes de terminar o tempo normal. Em Portugal, a taxa de prematuridade é de cerca de 8%.

Cármen Carvalho, presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia, sublinha que o valor tem-se mantido estável, sofrendo apenas ligeiras alterações durante o tempo da pandemia, fruto, na sua opinião, de "as mães terem trabalhado menos", com ajuda do teletrabalho, onde "estiveram mais resguardadas", o que culminou numa descida de cerca de 6,5%, "essencialmente da grande prematuridade", ou seja, bebés que nascem com menos de 32 semanas.

A Organização Mundial de Saúde deu conta de novas diretrizes para os bebés prematuros, sublinhando que o contacto pele com pele entre estes bebés e os pais aumenta a probabilidade de sobrevivência. Em declarações à TSF, Cármen Carvalho concorda e explica que este procedimento, conhecido como "método canguru" nasceu nos países mais pobres, mas está a ser cada vez mais utilizado em todo o mundo.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Neonatologia reconhece que este método aumenta a taxa de sobrevivência dos bebés, mas relembra que, antes, não se fazia em recém-nascidos. "Ao longo dos tempos, tem-se verificado que muito precocemente se coloca um bebé, mesmo ventilado, no peito da sua mãe", afirma.

Nos últimos tempos, algumas urgências pediátricas em Portugal têm sido encerradas por falta de médicos disponíveis. Para Cármen Carvalho, a assistência aos bebés prematuros não está em causa, até porque estes bebés têm sempre de ser assistidos em "hospitais diferenciados" e nunca em "periféricos".

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