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"Há 25 anos, neste dia, a chefia de missão de uma Embaixada portuguesa era assumida, pela primeira vez, por uma mulher diplomata: Maria do Carmo Allegro de Magalhães, na Embaixada de Portugal em Windhoek, Namíbia, em 1998". Assim, começa a carta dirigida às diplomatas portuguesas pela nova MUD@R, - Mulheres Diplomatas em Rede, que inclui cerca de 160 mulheres diplomatas, incluindo reformadas.
Trata-se de um grupo informal, criado no âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros, de troca de informações, de reflexão e análise, de apoio a, e entre, mulheres diplomatas portuguesas", tendo como principal prioridade "a sensibilização e promoção da paridade na carreira diplomática e nos seus vários escalões", de forma a que a igualdade de género, "direito fundamental consagrado no direito internacional, na Constituição da República Portuguesa e princípio e objetivo da política portuguesa, tanto interna como externa, encontre reflexo também na carreira diplomática portuguesa".
João Gomes Cravinho, o homem (tem sido quase sempre assim na democracia portuguesa, à exceção de Teresa Patrício Gouveia, durante onze meses entre 2003 e 2004) que chefia as diplomatas portuguesas, afirmou hoje num tweet que terá "'gosto' em trabalhar" com a MUD@R "por uma maior representatividade na diplomacia portuguesa".
A empreitada não é pequena para o atual líder do Ministério, uma vez que "quase 50 anos volvidos desde que adquiriram o direito de concorrer à carreira, as mulheres ainda representam apenas 32,57% do número total de diplomatas portugueses; que essa percentagem (com variações entre 30% e 37,5%) se reflete nas diferentes categorias, agravando-se, porém, no mais alto escalão da carreira, onde contamos com apenas 11,6% de Embaixadoras; e que somente 25,8% das chefias de missão no estrangeiro são asseguradas por mulheres diplomatas."
A MUD@R pretende trabalhar "de perto e de forma construtiva e aberta com todo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, com os interlocutores relevantes do Governo e da sociedade civil", assim como com associações congéneres estrangeiras, e "conta com o apoio de todas para, finalmente, alcançarmos a mudança".
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