"Não temos conhecimento do diploma." FNAM critica valores das horas extraordinárias dos médicos

A presidente da FNAM garante à TSF que o ministério não apresentou o documento final e, por isso, alerta que a pressão irá voltar a sentir-se nas urgências. Joana Bordalo e Sá afirma que só uma negociação do salário base pode evitar a saída de médicos para o privado e estrangeiro.

A Federação Nacional dos Médicos não teve conhecimento do novo decreto-lei que prevê a redução do pagamento das horas extraordinárias aos médicos das urgências diurnas e internas. O documento, que será publicado em Diário da República, e que foi revelado esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias e pela agência Lusa, mantém apenas os montantes para os serviços e períodos nas urgências mais carenciadas.

"A equipa ministerial tinha ficado de nos enviar o documento final para nós termos conhecimento, que não foi enviado. Nós neste momento ainda não temos conhecimento do diploma", revela à TSF a presidente da FNAM. Joana Bordalo e Sá explica que foi apresentada uma proposta "em que os valores a vigorar a partir de março até ao final de junho eram extremamente baixos", tendo sido recusado.

Os médicos criticam "a postura" do ministério liderado por Manuel Pizarro e insistem no ponto fundamental. "A FNAM aquilo que pretende é que seja feita a negociação de forma séria e célere da renumeração base. É isso que pode trazer médicos ao SNS."

Joana Bordalo e Sá avisa que este novo decreto-lei "vai colocar novamente sob pressão os serviços de urgência" porque os valores pagos pelo ministério "são mais baixos". "Seguramente, não vão conseguir ter médicos para assegurar os serviços que têm de ser feitos, não só os de urgência geral, mas também os serviços de urgência interna", alerta.

Sem um acordo em torno do salário base, a presidente da FNAM acredita que assim os médicos vão continuar a optar por sair do SNS, rumo ao setor privado ou, como já se verifica em muitos casos, ao estrangeiro.

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