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Esta quinta-feira celebra-se nos Estados Unidos o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving). A tradição manda que neste dia se coma peru. As estatísticas dizem que por esta altura são consumidos perto de 50 milhões destes animais na América.
Em Portugal, não se comemora esta data festiva, mas também há um dia do ano em que o consumo desta carne de ave também aumenta: o Natal.
"O peru aumenta muito [nessa altura]. Sobretudo a perna, importa-se porque a capacidade produtiva nacional é insuficiente. Importamos sobretudo de Itália", revela Manuel Silva, administrador da Avicasal, empresa localizada em S. Pedro do Sul e que comercializa produtos de aves.
Na quadra natalícia a procura aumenta, mas ao contrário do que acontece nos Estados Unidos no Dia de Ação de Graças e que se verificava no passado no nosso país hoje são poucas as pessoas que consomem um peru inteiro.
"As donas de casa atualmente têm um forno pequenino e pôr uma perua de cinco quilos dentro de um forno não é fácil. Antigamente o peru que era comercializado no Natal tinha 15, 12 quilos e era [para assar] no forno de lenha. O que é as donas de casa fazem? Consomem mais no Natal a perna de peru e aí o forno já tem capacidade para fazer essa refeição", explica.
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De acordo com este responsável, a carne desta ave é cada vez mais procurada pelos portugueses que consomem peças de peru diariamente.
"É um produto que há cerca de 15 anos teve um volume de crescimento muito elevado. Há 15 anos não se falava, nem se comia peru. Era só no Natal, agora não, come-se todos os dias", adianta Manuel Silva, acrescentando que as pessoas compram "pernas, peito e asas" para depois confecionar.
O que se espera no setor é que a procura aumente ainda mais nos próximos anos.
"A carne de aves tem sido muito ajudada pelos médicos. É uma carne que não tem teor de gordura e o peru vai nessa linha. E houve um crescimento porque é um produto alimentar de excelência, uma proteína excelente", defende o administrador da Avicasal, que todas as semanas comercializa perto de 100 toneladas deste produto.
A TSF visitou um aviário de um produtor em Vouzela, que há dez anos aposta nesta ave.
O peru demora entre 14 a 19 semanas a ser criado para depois ir para abate. Em média, este avicultor cria 240 mil aves desta espécie em pavilhões que tem espalhados por quatro concelhos.
"O meu forte é frango, mas o peru também é uma ave que tem vindo a crescer ao nível de consumo e a produção a nível de pavilhão não é tão exigente e por isso optei pelo peru. Não é mais rentável. Não tem é tanta necessidade de investimento", evidencia Jorge Menezes.
Para além da qualidade da carne, este produtor destaca no animal a sua curiosidade que é despertada por coisas simples como um assobio.
"Eles são muito curiosos e então quando veem uma coisa diferente, um som diferente, têm a tendência de levantar logo a cabeça e ver o que é que se passa. Isto funciona também um pouco como rebanho e se formos andando [dentro do aviário] eles vão sempre atrás de nós. São muito curiosos e às vezes um bocadinho agressivos", conta.