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Entre dois acidentes com máquinas de manutenção da Infraestruturas de Portugal, passaram dois anos. No primeiro, na estação de Roma-Areeiro, em Lisboa, não houve danos nem vítimas. No segundo, há cerca de um ano, em Soure, morreram duas pessoas.
João Cunha é administrador da revista Portugal Ferroviário, gestor de projetos de engenharia, e um especialista neste setor. Ouvido esta tarde pela TSF, depois de ler o relatório do acidente, conclui que, neste caso, a Infraestruturas de Portugal não preveniu o erro porque "não adotou o sistema de travagem automática", nem incluiu os procedimentos de segurança nas respetivas "matrizes de risco".
Relatório revela que "nada ou praticamente nada foi mudado" pela IP, apesar de ter sido avisada para os riscos identificados.
Este especialista no setor ferroviário lamenta ainda que a Autoridade de Segurança Ferroviária, que integra o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), continue a "não ter força para atuar", podendo a justificação ser "a falta de de meios" de que está dotada.
João Cunha alerta que o IMT "ainda não se conseguiu impor" como autoridade de segurança.
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Apesar das "causas sistémicas" que propiciaram o acidente, João Cunha não conclui que o sistema de transporte ferroviário em Portugal é inseguro, e elogia a qualidade dos relatórios do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários.
Há "causas sistémicas" que propiciaram o acidente em Soure.

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