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Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, estabeleceu a meta a 14 dias dos 60 casos por cem mil habitantes, ou menos, como o patamar ideal para pensar em desconfinamento, e espera que esse número seja alcançado a 15 de março.
Ouvidos no Infarmed, os especialistas apontaram para um cenário possível de 120 doentes em cuidados intensivos no final do mês, um número adequado para o alívio de medidas restritivas. Baltazar Nunes realçou que, perante a tendência decrescente, a pandemia pode vir a estar controlada a 15 de março.
Quanto a indicadores secundários, o especialista assinala que a taxa de positivos por testes situa-se neste momento nos 3,3%.
Lisboa e Vale do Tejo, ao contrário das regiões do Norte e Centro, Algarve e Alentejo, ainda se encontra acima dos 120 casos por cem mil habitantes, o que pode significar um desconfinamento mais tardio do que no resto do território nacional.
Raquel Duarte, da Administração Regional de Saúde do Norte, adiantou que, num primeiro momento, o plano para desconfinar prevê a abertura das creches e do ensino privado e de locais de trabalho em que o contacto com o público não seja necessário. Só no nível dois do plano de desconfinamento poderia ser possibilitado o serviço ao público com distanciamento social, acrescenta Raquel Duarte.
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A adoção de medidas deve ser reavaliada a cada duas semanas, e a especialista defende também medidas de alcance nacional, estáveis e faseadas, embora reconheça algumas variações por concelho.
O pré-escolar deverá ser o primeiro a abrir, e, duas semanas depois, a reabertura pode estender-se aos primeiro e segundo ciclos, com recurso a máscaras e distanciamento.
O teletrabalho deverá ser implementado sempre que possível, e quem tenha de trabalhar no local deve ser testado e estabelecer distâncias adequadas e horários desfasados.
Alguns locais de venda ao postigo poderão operar na primeira fase do alívio de restrições, mas com horário reduzido. A restauração só deverá abrir numa segunda fase com serviço de esplanada, com máscaras e máximo de quatro pessoas por mesa.
Até ao nível dois do plano, o recolher obrigatório e os horários limitados nas atividades devem ser a regra. Quanto aos transportes, há também diretrizes pensadas: as horas de ponta estão fora de hipótese, o transporte individual deve ser adotado sempre que possível, e os transportes públicos só podem ser ocupados em 25%.
Não há nenhuma medida sozinha que reduza a propagação, pelo que os inquéritos epidemiológicos devem ser céleres, defende Raquel Duarte. A monitorização tem de ser eficaz.
