- Comentar
São sacos de folhas secas de canábis de 15 gramas que custarão 150 euros e que apesar, de ser obrigatória a prescrição medica, não têm comparticipação.
A presidente do Observatório Português de Canábis Medicinal mostra satisfação pelo facto de este produto começar a ser finalmente comercializado nas farmácias, conforme avançou o Jornal de Notícias. Carla Dias lembra que muitos doentes procuravam produtos no mercado negro. "Vamos imaginar que alguém tem que tomar dois saquinhos destes por mês, gastam 300 euros e não sabem o que estão a comprar." De acordo com esta representante do observatório, este produto, ao ser aprovado pela Autoridade para o Medicamento, dá "qualidade e segurança".
Carla Dias garante que muitos pacientes recorrem ao mercado negro.
A presidente do observatório diz que números oficiais apontam para que haja milhares de portugueses que não conseguem ter as suas doenças controladas com medicamentos convencionais e não pode haver preconceitos por parte dos médicos em receitarem estes medicamentos à base de canábis. Também o diretor médico da Tilray Global, a empresa que vai produzir este produto acredita que "será um processo evolutivo que acontece com qualquer terapêutica". Na sua opinião, os médicos em Portugal seguirão os passos dos seus colegas noutros países. "A Tilray tem experiência do que se passa no Canadá e Alemanha e há claramente uma crescente utilização destes produtos", adianta.
Carla Dias realça a importância de combater preconceitos.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
De acordo com a lei, os produtos à base de canábis só podem ser receitados depois de todos os medicamentos convencionais terem falhado no tratamento da dor ou de sintomas provocados por exemplo nos tratamentos de quimioterapia.
A Tilray tem uma unidade de produção em Cantanhede e outra no Canadá. "A unidade em Portugal está a exportar já para países europeus, mas todo o projeto a médio e longo prazo visa tornar Cantanhede um polo de exportação que pode chegar a todo o mundo", explica.
A próxima luta do Observatório Português de Canábis Medicinal será fazer com que mais produtos sejam aprovados para venda em farmácia e que o Ministério da Saúde aprove a sua comparticipação.