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O dono do grupo Impala, Jacques Rodrigues, saiu esta segunda-feira em liberdade, depois de pagar uma caução no valor de 500 mil euros, na sequência da operação "Última Edição".
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A informação foi avançada pela advogada, Isabel Candeias. "As medidas de coação é o pagamento de uma caução de 500 mil euros, a proibição de contactar com os arguidos, quer os que foram detidos, quer os que não foram, proibição de contactar com a empresa de contabilidade e também a proibição de exercer qualquer função no grupo Impala. Também houve a entrega de passaporte", disse a advogada à saída do tribunal.
Jacques Rodrigues também falou, mas para atacar os jornalistas: "Tudo o que vocês têm dito tem sido mentira."
O Ministério Público tinha pedido que o valor da caução para que Jacques Rodrigues fosse libertado se cifrasse em um milhão de euros, mas o juiz de instrução do Tribunal de Sintra decidiu por metade desse valor.
Segundo informação veiculada pelo tribunal, que considerou "verificados os perigos de fuga, perigo para a aquisição e conservação da prova e perigo de continuação da atividade criminosa", Jacques Rodrigues ficou também proibido de se ausentar para o estrangeiro e sujeito à obrigação de entregar o passaporte.
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O empresário ficou ainda suspenso do exercício de funções no grupo Impala e proibido de contactar com os restantes arguidos, à exceção dos familiares (Maria José Correia, Jaques Gil, Cláudio Rodrigues e Ana Paula Rodrigues), e com as técnicas de contabilidade da Nucase e as testemunhas indicadas.
O filho Jacques Gil Rodrigues saiu com a medida de coação mínima, ou seja, com termo de identidade e residência, podendo assumir funções na administração das empresas do grupo Impala, com vista a evitar o colapso, ainda que esteja indiciado de crimes de insolvência dolosa, burla qualificada e falsificação de documento, em regime de coautoria.
O advogado Natalino Vasconcelos e o contabilista José Rito ficaram também apenas com o TIR, a suspensão de funções no grupo Impala e a proibição de contactos com os outros arguidos e demais testemunhas.
Os quatro arguidos estavam detidos desde quinta-feira na sequência da operação "Última Edição" desencadeada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ), na qual se suspeita da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos. No âmbito desta operação foram constituídos 10 arguidos.
Em causa, segundo a nota então divulgada pela PJ, está uma investigação criminal sobre um plano criminoso traçado para ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de credores, trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100 milhões de euros.