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O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, assinalou esta quinta-feira que a Igreja está pronta para apoiar um plano "sólido, consistente e económico" para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, mas não deixou de notar que a organização do evento só avançou por ter havido consenso de "todas as autoridades do estado, ao governo, às autarquias" quanto à sua importância.
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"O que se puder fazer para ficar capaz, correto, não ter de se emendar depois, seja sólido, consistente e económico, vamos a isso", lançou Manuel Clemente, que esta tarde preside ao doutoramento honoris causa do antigo primeiro-ministro Durão Barroso, na Universidade Católica.
Em declarações aos jornalistas no local, o cardeal-patriarca sublinhou, à imagem do que já foi feito por outros responsáveis religiosos, a "preocupação que sempre houve" em garantir que a solução encontrada para o altar-palco do Parque Tejo "fique depois também ao serviço da população".
Confrontado com os custos que vieram a público - e que ultrapassam os cinco milhões de euros - Clemente disse só poder pronunciar-se "com exatidão se soubesse o que é preciso fazer para naquele sítio, com aquele tipo de chão, ser feito algo correto e que dure, porque isso é o mais económico". No entanto, quem tem esses dados "são os técnicos", em quem garante confiar.
Já sobre a solução para o Parque Eduardo VII, onde está prevista a construção de um segundo palco, o cardeal-patriarca assinalou que também aí "tudo o quanto se possa" deve ser reduzido "desde que se cumpram os objetivos de fazer algo digno, que dignifique a cidade e que também dê boa imagem a Portugal", permitindo incluir "todo o tipo de pessoas, mesmo com dificuldades económicas" e até de outros países.
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"É uma coisa que nunca se fez em Portugal."
"Importa considerar que, desde o princípio, todas as autoridades - do Estado, ao Governo, às autarquias - consideraram que isto era bom para Portugal, para Lisboa e para Loures, que era muito significativo", justificou também, e "só por isso é que a igreja avançou com um evento destes".
"Se não tivesse havido esse consenso não teria avançado", garantiu, até porque "o evento é muito grande, é uma coisa que nunca se fez em Portugal e por isso temos dificuldade em referir-nos a outros eventos e fazer comparações."
Questionado sobre a reunião desta manhã entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação JMJ Lisboa 2023, Manuel Clemente adiantou que soube apenas o que consta do comunicado divulgado depois do encontro, não tendo ainda conversado com o bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, "nem pelo telemóvel".