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Paulo Guichard foi detido pela Polícia Judiciária à chegada ao aeroporto do Porto e levado para a cadeia de Custóias. O antigo administrador do BPP tinha acabado de chegar do Brasil, onde reside, quando foi detido. A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias e pelo jornal Expresso, que adianta que o advogado de Guichard terá já apresentado um habeas corpus, para a libertação imediata do cliente, por considerar a prisão "manifestamente ilegal" e acusa juiz de "dar o dito por não dito".
Guichard tinha garantido que iria dirigir-se esta sexta-feira ao Juízo Criminal de Lisboa para uma audiência. O ex-administrador do Banco Privado Português (BPP) tinha sido condenado a nove anos e seis meses em vários processos ligados ao banco, mas a pena não transitou em julgado.
A Polícia Judiciária informa, em comunicado, que "através da Unidade de Informação Criminal, executou, ontem, um mandado de detenção para cumprimento de pena".
"O detido, com 61 anos, de nacionalidade portuguesa, foi condenado a uma pena única de quatro anos e oito meses de prisão efetiva pela prática de seis crimes de falsidade informática e um crime de falsificação de boletins, atas ou documentos", lê-se na nota divulgada. "O detido foi entregue ao Estabelecimento Prisional competente".
Além de Paulo Guichard, estão ainda envolvidos no caso BPP João Rendeiro, que foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, mas que está estrangeiro e em parte incerta, fugido à justiça, e os ex-administradores do banco Salvador Fezas Vital e Fernando Lima.
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Estes dois antigos administradores do BPP foram também condenados a penas de prisão, mas ficaram proibidos de se ausentarem para o estrangeiro, tendo contribuído para este agravamento das medidas de coação a fuga de João Rendeiro.
Paulo Guichard, Salvador Fezas Vital e Fernando Lima já expressaram publicamente repúdio pelo que consideram ter sido a fuga de João Rendeiro para o estrangeiro.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.

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Notícia atualizada às 14h30