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As filas circundam, diariamente, o edifício do centro paroquial da Igreja do Marquês, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, onde se localiza a cantina social. O padre Rubens Marques não tem mãos a medir para as solicitações que lhe chegam. Os pedidos de ajuda aumentaram com o segundo confinamento, porque "várias famílias perderam o emprego e muitos jovens tinham empregos precários", sendo que "uma grande parte dos desempregados são da comunidade brasileira", explica o pároco.
Maria da Conceição Cardoso coordena uma das equipas da Porta Solidária e diz que os pedidos de ajuda quase que quadruplicaram no espaço de um ano. "Na semana anterior ao primeiro confinamento, atendíamos uma média diária de 150 pessoas e os números subiram para mais de 600 refeições por dia."
A Porta Solidária chega a confecionar mais de 600 refeições por dia. Ouça aqui a reportagem
Os pedidos chegam de pessoas residentes no Porto, mas também de concelhos vizinhos como Gondomar, Maia ou Vila Nova de Gaia. As dificuldades prolongam-se para além da alimentação e o padre Rubens Marques já foi confrontado com dilemas de famílias que ficam indecisas entre pagar a renda da casa ou guardar esse dinheiro para a alimentação. O pároco diz que a solução é "sempre para que as famílias segurem a casa", já que a alimentação pode ser assegurada pela Porta Solidária.
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Na cantina social, o trabalho é feito todos os dias. A associação conta com o auxilio de 85 voluntários, como Maria da Conceição Cardoso que dedica a vida a ajudar os outros: "Não estamos livres de sermos nós, um dia, a precisarmos dessa ajuda, temos obrigação de nos ajudarmos uns aos outros."
A Porta Solidária está aberta a doações de bens alimentares e também de dinheiro, para que seja possível manter e alargar a capacidade de ajuda aos mais necessitados.