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Tiago e Jorge Amaral estão sentados lado a lado. Filho e pai aguardam serenamente no Centro de Saúde de Mateus, em Vila Real, a passagem de uma longa meia hora para poderem regressar a casa. É o tempo de espera necessário para saber se a vacina contra a Covid-19 que a criança de nove anos acaba de levar tem algum efeito secundário.
"Pensei que ia custar mais levar a vacina", confessa Tiago, sem disfarçar a timidez e sem uma opinião muito formada sobre se devia, ou não, tomá-la. "A mim tanto fazia", atira. Mas o pai, Jorge, decidiu que era melhor ter o filho "mais protegido" contra uma eventual infeção pelo coronavírus. Sobretudo agora, que anda por aí a variante Ómicron. "A proteção individual é importante, mas também temos de pensar nos outros", salienta, restando "acreditar na ciência".
Marco Gonçalves e a filha Marta, de 10 anos, estão no exterior do Centro de Saúde de Mateus à espera de serem chamados. Não que haja filas, mas a entrada é feita de forma regrada e espaçada para que não se concentrem muitas pessoas lá dentro.
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"Quis que a Marta fosse vacinada para que não continue a perder aulas", explica o pai, recordando que recentemente esteve 15 dias em casa porque surgiu um caso na escola. A "segurança" é a principal preocupação, tanto mais que "virão familiares que estão fora passar o Natal" em Vila Real. Marta, estás com medo? "Mais ou menos", responde a criança, bem sabendo que tem tomado vacinas desde que nasceu e que esta é só é mais uma. "Acho que vou ficar mais segura", confessa.
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Eis que chega Marlene Chacim acompanhada pela filha Lara Pessoa. Sente-se "mais ou menos nervosa". Não obstante as vacinas que já tomou para a proteger de outras doenças, a que toma este sábado contra a Covid-19 significa "mais uma pica, mais uma agulha".

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Marlene entende que "se a vacina for o meio para se chegar ao fim da pandemia, então é melhor que todos sejam vacinados". Concorda com Marco na segurança que pode acrescentar nas escolas, fazendo com que possam estar todos "mais à vontade".
Mas esta mãe teve dúvidas. "E ainda as tenho e tê-las-ei sempre. Mas quero acreditar que quem está com este processo nas mãos sabe o que está a fazer. Temos de confiar na ciência e na tecnologia". O irmão de Lara e os pais estão vacinados e "correu tudo bem e sem quaisquer sintomas". "Vamos ver como corre com a pequena", sorri.

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Tiago, Marta e Lara são três das 241 crianças que estavam agendadas para este sábado no Centro de Saúde de Mateus, em Vila Real. Quase ao final da manhã, Fernanda Balsa, uma das enfermeiras envolvidas no processo de vacinação, dizia, à TSF, que a "afluência estava a ser boa". Sem choros, amuos ou grandes sorrisos. "Por acaso pensávamos que íamos ter mais choro, mas eles estão a portar-se muito bem. Apesar de chegarem ansiosos, o que é normal, acabam por sair daqui a sorrir", acrescenta Fernanda.
O Centro de Saúde de Mateus tem agendamentos até às 15h00 deste sábado. Mesmo os não agendados podem dirigir-se lá para tomarem a vacina até às 19h00.
