"Perdemos tudo." Sem casa e trabalho, Luís Dias faz greve de fome frente ao Palácio de Belém

O processo que entrou há quatro anos e meio no Ministério Público, na sequência da perda da quinta de produção de Amoras em Idanha-a-Nova, ainda não recebeu resposta.

Luís Dias perdeu "tudo". Juntamente com a mulher, Maria José Santos, tinha uma quinta de produção de amoras em Idanha-a-Nova, Castelo Branco, quando os temporais arrasaram a propriedade. Depois das perdas, o último recurso: Luís Dias decidiu entrar em greve de fome, de frente para a residência oficial da Presidência da República, em protesto contra um processo que diz arrastar-se há anos. A história foi contada pelo Jornal de Notícias esta manhã e em "Outros Sinais", de Fernando Alves.

"Nós perdemos tudo. Investimos tudo na quinta. Ficámos sem casa, ficámos sem bens, sem trabalho. Nós não temos absolutamente nada." Os vários pedidos de ajuda, endereçados à Direção Regional de Agricultura do Centro, foram infrutíferos. Não conseguiu os apoios, e acabou por levar o caso à justiça. A queixa chegou ao Ministério Público em 2017, mas o processo não tem fim à vista.

Em entrevista à TSF, Luís Dias lamenta não ver soluções há quatro anos e meio, na sequência de a Direção Regional de Agricultura do Centro sempre ter "impedido a reconstrução".

"Viemos para o interior de Portugal para melhorar a nossa vida, e, em vez disso, enfrentámos anos e anos de corrupção", critica.

Luís Dias iniciou a greve de fome na madrugada de segunda-feira. Desde a meia-noite e um minuto que não come. No seu organismo entra apenas água e dentro de si mora uma única esperança: de que alguém ouça o desespero do seu protesto em Belém.

* e Catarina Maldonado Vasconcelos

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