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A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta sexta-feira dois homens e uma mulher, todos da mesma família, pela presumível autoria de crimes de tráfico de pessoas para escravidão e exploração laboral.
Em novembro do último ano, numa operação em que também participou a Guarda Nacional Republicana, foi resgatada uma mulher de 36 anos com um filho menor, que era "escravizada pelo grupo há 23 anos".
Ambos viviam num anexo da habitação dos suspeitos, na cidade de Castelo Branco, "em condições desumanas".
Os três detidos, com 35, 52 e 53 anos de idade, ficaram em prisão preventiva após terem sido interrogados pelas autoridades, informa a PJ em comunicado.
Em causa está o recrutamento de pessoas "fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social" a quem era prometido emprego "bem remunerado", em explorações agrícolas em Portugal e Espanha.
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Os detidos eram intermediários junto de vários empregadores com quem negociavam o fornecimento das pessoas ludibriadas e mantinham o controlo das mesmas através de "ameaça e coação".
A rede acabava por ficar com a "quase totalidade" do dinheiro que lhes era entregue por empresários para pagar salários às pessoas manietadas.
No caso da mulher resgatada no ano passado, esta não só trabalhava "sem qualquer tipo de remuneração" no setor agrícola como "era obrigada a entregar as prestações sociais que mensalmente recebia".
Para garantir a "estabilização emocional da mãe e filho", participaram na investigação as Equipas Multidisciplinares Especializadas de Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos.
A operação contou também com a participação dos Comandos Distritais da Polícia de Segurança Pública de Castelo Branco e Portalegre.